Suspeito de abusar de crianças em Campo Limpo de Goiás era servidor público da prefeitura

Na última sexta-feira (20), a cidade de Campo Limpo de Goiás que, conta com pouco mais de 8 mil habitantes, ficou chocada com o pronunciado de dez alunos que relataram terem sofrido abuso sexual de quatro homens, sendo que três moram na cidade. Eles chegaram a ser presos pela Polícia Militar (PM), mas acabaram liberados pela falta de flagrante.

Os abusos que aconteciam há cerca de sete anos, já chegaram a levantar suspeitas entre os moradores, além de terem sido investigados pelo Conselho Tutelar do município, que não conseguiu levar a investigação à diante por falta de provas, segundo a conselheira Kátia de Socorro Dias.

“Já havia uma denúncia em curso, mas ela nunca foi para frente. Já as demais, não tínhamos como fazer nada sem denúncia. Agora, essas crianças estão fazendo tratamento psicológico, pois elas correm risco de ficarem traumatizadas por conta dos abusos”, disse.

Abusos

As denúncias foram feitas por estudantes entre 5 e 15 anos, durante uma palestra do Maio Laranja, no Colégio Estadual Rui Barbosa. Quatro delas são do mesmo núcleo familiar e eram abusadas por um mesmo suspeito, que faz parte da família. O abusador, inclusive, era servidor do município e ocupava o cargo de motorista de ambulância.

A vítima mais jovem, de 5 anos, relatou que o homem entrava no banheiro quando ela estava tomando banho e acariciava as partes íntimas. A forma do abuso, conforme explicado pelas vítimas, eram iguais e incluíam desde assédio verbal até carícias em órgãos genitais. Entretanto, os suspeitos não praticavam o ato da penetração.

Os abusos aconteciam nas casas das vítimas ou de familiares. As quatros meninas que foram abusadas pelo parente, por exemplo, foram molestadas na casa dá avó de uma delas. Outro ponto em comum era a forma como os criminosos mantinham os abusos em segredo, usando ameaças para intimidar as vítimas.

Exonerado

Após as denúncias de abuso, o funcionário público foi exonerado pela prefeitura do município de Campo Limpo. A prefeitura do município informou que após a denúncia dos adolescentes e a pasta tomar conhecimento que um dos suspeitos era servidor comissionado do município, o mesmo foi exonerado.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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