Suspeito de mandar matar pecuarista em São Miguel do Araguaia é solto

Cacildo Amaral, de 70 anos, é ex-sogro do pecuarista Agno Rainere, e principal suspeito de ser o mandante do assassinato do empresário rural, que tinha 42 anos. Depois de ser preso no dia 4 de novembro, foi solto após um pedido de habeas corpus deferido pelo juiz substituto Wilson Satafle Faiad.

Os outros cinco suspeitos de participar do homicídio ainda estão presos. O juiz argumentou que não há razões pra que o investigado continue preso, já que tem bons antecedentes, residência fixa e trabalho lícito.

A defesa do sogro, em nota, negou o envolvimento do cliente no caso. “Ele lutará para mostrar que não tem qualquer relação com o crime”. A nota também salienta que Cacildo está disposto a contribuir com as investigações da polícia, e que condena essa atitude.

Agno foi morto a tiros em seu local de trabalho, no dia 30 de setembro. A Polícia Civil acredita que o crime tenha sido motivado por um processo de divórcio. Entre os presos, estão suspeitos de interceptar o crime, e de serem contratados para matar. O sogro, que agora está em liberdade, é investigado como mandatário.

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Mauro Cid confirma ao STF que Bolsonaro sabia de trama golpista

Em depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF), o tenente-coronel Mauro Cid afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) estava ciente de um plano para um golpe de Estado. O ex-ajudante de ordens foi ouvido pelo ministro Alexandre de Moraes na última quinta-feira, 21, para esclarecer contradições entre sua delação premiada e as investigações conduzidas pela Polícia Federal (PF).

De acordo com informações apuradas pela PF, a investigação revelou a existência de um plano envolvendo integrantes do governo Bolsonaro para atentar contra a vida de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes. Contudo, os advogados de Mauro Cid negam que ele tenha confirmado que Bolsonaro estava diretamente envolvido na liderança do suposto plano de execução.

Após prestar depoimento por mais de três horas, o advogado de Cid, Cezar Bittencourt, declarou que seu cliente reiterou informações já apresentadas anteriormente. A advogada Vania Adorno Bittencourt, filha de Cezar, declarou ao Metrópoles que Bolsonaro sabia apenas da tentativa de golpe.

O ministro Alexandre de Moraes validou a colaboração premiada de Mauro Cid, considerando que ele esclareceu omissões e contradições apontadas pela PF. O depoimento foi o segundo do tenente-coronel nesta semana, após a recuperação de arquivos deletados de seus dispositivos eletrônicos pela PF.

Bolsonaro indiciado pela Polícia Federal

No mesmo dia, a Polícia Federal indiciou Jair Bolsonaro e outras 36 pessoas por envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado. O relatório foi entregue ao ministro Alexandre de Moraes, responsável pelo caso no STF.

Entre os indiciados estão os ex-ministros Braga Netto e Augusto Heleno, além do presidente do PL, Valdemar Costa Neto. O grupo é acusado de crimes como abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa, atuando em seis núcleos distintos.

Bolsonaro, em resposta, criticou a condução do inquérito, acusando Moraes de “ajustar depoimentos” e realizar ações fora do que prevê a lei. As investigações continuam em andamento, com implicações graves para os envolvidos.

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