Suspeitos de matar mulher por causa de jaqueta após shows com bandas punk são identificados e têm prisões decretadas
Os três estão foragidos e são procurados pela polícia pelo assassinato de Helen Vitai. Eles foram identificados nos vídeos de câmeras de segurança participando de agressão. O crime ocorreu em 3 de agosto após show. O caso completa um mês nesta quarta (3).
O Casal André Amorim e Graciella Verenich (à esquerda) são suspeitos de matar Helen Vitai (ao centro) com a ajuda de Katyuscha Fon – Foto: Reprodução/Arquivo pessoal
A Justiça de São Paulo decretou as prisões de três pessoas investigadas por participarem das agressões que resultaram na morte de uma mulher punk que criticou numa rede social a jaqueta de couro de uma das investigadas. A decisão é de 13 de agosto, mas só foi conhecida nesta semana pelo DE.
Até a última atualização desta reportagem, Graciella Verenich, de 44 anos, seu companheiro, André Santos Costa Amorim, o “Mones”, de 42, e a amiga deles, Katyuscha de Santana Fon, a “Katy Son”, 48, estavam foragidos. Eles são procurados pela Polícia Civil pelo assassinato de Helen Cristina Vitai, de 43 anos.
Agressores e vítima se conheciam. Os três suspeitos também são punks. O crime ocorreu em 3 de agosto após show gratuito com bandas punk na Zona Oeste da capital paulista. Câmeras de segurança gravaram o que aconteceu e ajudaram a polícia na identificação dos envolvidos no homicídio. As imagens viralizaram nas redes sociais.
Segundo a investigação, é o casal e Katyuscha que aparece nas filmagens agredindo Helen na calçada da Rua Guaicurus, do lado de fora do Centro Cultural Tendal da Lapa, onde ocorreu o evento. O caso foi registrado como “homicídio simples” no 7º Distrito Policial (DP).
De acordo com os policiais, Graciella agride Helen, enquanto André impede que outras pessoas se aproximem para apartar a briga. Ele chega a segurar a vítima para a companheira bater nela. Depois empurra um homem que queria separar as duas e o derruba no chão.
Enquanto isso, outras 15 pessoas somente observam Helen ser agredida.
Quando Graciella termina a sessão de espancamento, que teve esganadura e durou quase 8 minutos, ela deixa Helen caída na calçada. Em seguida, Katyuscha se aproxima, segurando uma garrafa, e chuta a cabeça dela. Uma testemunha contou à família que a agressora também cuspiu na vítima.
Todos os três fugiram do local sem prestar socorro. Helen Vitai sofreu um mal súbito e não resistiu após bater a cabeça no chão, segundo o hospital para onde ela foi levada de ambulância.
Helen trabalhava como operadora de telemarketing. Ela deixou uma filha, fruto de um relacionamento anterior. Seu atual namorado e a adolescente não estavam no local no momento do crime.
Procurados pela DE para comentar o assunto, as defesas dos investigados alegaram que não tiveram acesso ao processo e que só poderiam dar mais informações após a conclusão do inquérito policial.
Postagem de jaqueta alusiva ao movimento punk provocou discussão entre vítima e uma das agressoras, diz família de Helen Vitai – Foto: Reprodução/Facebook
Segundo a família de Helen Vitai, essa é a sequência da conversa pelo Facebook entre a suspeita e a vítima antes do crime. Parentes acham que essa divergência por causa de uma roupa motivou as agressões.
Uma das hipóteses investigadas pela delegacia para explicar o crime, é a de que ele tenha sido motivado por causa de uma discussão que começou no Facebook. Helen e Katyuscha se seguiam na plataforma.
Duas semanas antes de ser morta, Helen havia criticado Katyuscha por ter postado foto de uma jaqueta de couro preta. Houve divergência entre elas, que deixaram de se seguir.
Por meio de nota, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) informou que procura os foragidos.
“A autoridade policial representou pela prisão temporária dos três investigados, que foi deferido pela Justiça. Eles estão foragidos e diligências estão em andamento para localizá-los e prendê-los”, informa nota da pasta da Segurança Pública.
Quem tiver informações sobre o paradeiro dos três suspeitos procurados pela polícia pode telefonar para o número 181 do Disque Denúncia. Não é preciso se identificar.
Helen Vitai tinha 43 anos – Foto: Reprodução/Redes sociais
Procurado para comentar o assunto, o advogado Daniel Lellis Siqueira, que defende os interesses da família de Helen, afirmou que vai atuar no caso como assistente de acusação, durante a fase processual do caso.
A Prefeitura de São Paulo, que patrocinou a festa, informou que Helen foi agredida do lado de fora do evento e foi socorrida por uma ambulância.