Eduardo Tagliaferro, ex-assessor de Alexandre de Moraes, apresentou registros de supostas irregularidades cometidas no gabinete do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) durante uma audiência na Comissão de Segurança Pública do Senado. Na apresentação, foram expostos documentos que continham acusações contra Moraes, relacionadas a uma operação da Polícia Federal contra empresários bolsonaristas. A operação visava nomes como Luciano Hang, da Havan, e Afrânio Barreira Filho, do Coco Bambu. Tagliaferro alegou ter sido instruído a produzir documentos adulterados para respaldar a operação, após ação ter sido realizada. Os materiais técnicos utilizados teriam sido elaborados por ele entre os dias 26 e 29 de agosto de 2022.

Durante a audiência, Tagliaferro ressaltou que não houve uma investigação pública adequada e que a decisão de realizar a operação foi baseada em uma matéria jornalística. O ex-assessor afirmou ter desenvolvido mapas mentais e um relatório após a ação da PF. Os documentos apresentados não foram disponibilizados publicamente ou entregues às autoridades competentes. A CNN buscou um posicionamento do STF, porém não obteve resposta até o momento. A audiência na Comissão de Segurança Pública do Senado aconteceu no mesmo dia do começo do julgamento de Jair Bolsonaro, pai de Flávio Bolsonaro, na Suprema Corte.

Tagliaferro, que atualmente reside na Itália, compareceu à audiência de forma remota. Ele foi denunciado pela PGR por vazar mensagens trocadas entre servidores do gabinete de Moraes e teve um pedido de extradição feito pelo ministro. O Ministério da Justiça solicitou a extradição ao governo italiano, para onde Tagliaferro se mudou este ano.