Admiradora das frutas e supercalma: 1ª tamanduá-bandeira nascida em cativeiro no RS chega aos 6 meses
Filhote nasceu no dia 14 de junho no Gramadozoo, na Serra do estado. Hoje, está
com cerca de 14 kg e passa por transição alimentar.
Como está 1ª tamanduá-bandeira nascida em cativeiro no RS após 6 meses
Cerca de seis meses atrás, no dia 14 de junho, um marco histórico aconteceu no
Rio Grande do Sul: nasceu o primeiro tamanduá-bandeira em cativeiro no estado. Hoje, essa filhote fêmea, que chegou ao mundo pesando cerca de 1,5 kg, já é uma
verdadeira estrela no Gramadozoo, zoológico localizado em Gramado, na Serra do estado.
> “Ela está se desenvolvendo super bem, dentro do esperado”, comemora Isabela
> Kirch Stein, bióloga responsável pelo acompanhamento do animal.
Segundo ela, a pequena já começa a mostrar comportamentos típicos da espécie e,
para alegria dos visitantes, anda mais visível pelo recinto.
DE 1,5 KG PARA 14 KG: CRESCIMENTO ACELERADO
Hoje, a tamanduá está com cerca de 14 kg, um pouco acima do que a literatura indica para a idade, que seria entre 10 e 12 kg, segundo a bióloga. No entanto, de acordo com a especialista, a genética pode explicar:
> “Nossa fêmea é um pouco maior que o reportado na literatura também. Ela tem
> 45kg, e a literatura traz uma media de 35 a 40kg”, comenta.
1 de 3 1ª tamanduá-bandeira nascida em cativeiro no RS nas costas da mãe, aos
seis meses — Foto: Imagens cedidas/ Isabela Kirch Stein
APRENDER A COMER
A transição alimentar tem sido natural. Até agora, a dieta foi baseada no leite
materno, mas os primeiros sinais de independência já aparecem.
> “Como forma de enriquecer e estimular exibições de comportamentos naturais,
> sempre que possível ofertamos alimentos mais naturais, como formigas e
> cupins”, conta a bióloga.
No entanto, a ração especial para tamanduás, que substitui as cerca de 30 mil
formigas que um indivíduo precisaria por dia, ainda não entrou no cardápio da filhote.
“A literatura indica que estes animais começam a se alimentar a partir dos 6
meses com alimentos sólidos. Então esse comportamento deve ser observado dentro
dos próximos dias”, diz. Além da ração, o zoológico oferece frutas como mamão, manga e abacate para enriquecer a dieta.
COMPORTAMENTOS TÍPICOS E GARRA PODEROSA
De acordo com Isabela, a pequena tamanduá dá sinais de que está pronta para a
vida de tamanduá.
> “Ela usando o focinho para remexer a madeira e procurar as formigas. Também já
> observamos ela cavar junto a mãe como forma de forrageamento, que é o nome
> dado ao comportamento de procurar alimento”, explica.
Outro detalhe curioso: as garras, que são essenciais para cavar cupinzeiros, já
chegam a 4 cm. No entanto, apesar de começar a se aventurar pelo recinto, a filhote ainda passa a maior parte do tempo nas costas da mãe.
“Os filhotes de tamanduá ficam nas costas da mãe nos primeiros meses porque essa
é a forma mais segura e eficiente de permanecerem protegidos enquanto a mãe se
desloca para se alimentar”, detalha Isabela. Mas essa fase está chegando ao fim:
com a filha chegando aos 14 kg, a mãe já carrega cerca de 30% do próprio peso.
2 de 3 Compare imagens da 1ª tamanduá-bandeira nascida em cativeiro no RS nas
costas da mãe nos primeiros dias de vida e aos seis meses — Foto: Divulgação/GramadoZoo e Imagens cedidas/ Isabela Kirch Stein
PRIMEIRA NO RS E CHEIA DE DESAFIOS
Por enquanto, não há planos concretos para programas de reprodução, mas a equipe
estuda possibilidades. Por ser a primeira tamanduá-bandeira nascida em zoológico no Rio Grande do Sul, os cuidados foram intensivos nos primeiros dias.
> “Este manejo acaba ‘acostumando’ o animal ao ser humano, fazendo com que
> talvez não seja possível a soltura no futuro”, explica a bióloga.
Inclusive, o recinto não precisou de grandes mudanças após a chegada do animal. “No inicio, mais ou menos até os três meses da filhote, apenas não deixávamos o
lago totalmente cheio”, diz.
A temperatura corporal, que gira em torno de 35°C, mais baixa que a maioria dos mamíferos, não é mais monitorada diariamente, já que os comportamentos estão dentro do esperado.
E quem passa pelo zoológico tem grandes chances de ver a filhote.
> “Ela está bem adaptada. Passeia e aparece para os visitantes, sempre nos
> horários que a mãe está no recinto”, garante a bióloga.
3 de 3 1ª tamanduá-bandeira nascida em cativeiro no RS nas costas da mãe, aos seis meses — Foto: Imagens cedidas/ Isabela Kirch Stein




