Nesta quarta-feira, 9, Brasil se tornou mais um dos países afetados pelo aumento de tarifas comerciais anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A partir de 1º de agosto, caso não haja acordo ou recuo, produtos brasileiros importados ao país norte-americano sofreram uma alíquota de importação de 50%, a mais alta entre os 22 países notificados até o momento.
A medida tem como justificava a “relação comercial muito injusta” entre o Brasil e EUA, e a como forma de retaliação ao julgamento de Jair Bolsonaro, acusado de orquestrar o golpe de Estado no Brasil. Por meio das redes sociais, Trump classificou o processo judicial contra o ex-presidente como uma “vergonha internacional” e acusou o Brasil de promover censura a empresas americanas.
Entre os países taxados pelo EUA, Brasil se encontra em primeiro lugar. A tarifa fica é mais alta do que os 30% impostos à China, África do Sul, Argélia, Bósnia e Herzegovina, Iraque, Líbia e Sri Lanka.
Lula defende “país soberano”
Por meio das redes sociais, o presidente do Brasil Luís Inácio Lula da Silva respondeu diretamente à sanção de Trump e afirmou que “o Brasil é um país soberano com instituições independentes que não aceitará ser tutelado por ninguém”.
“Neste sentido, qualquer medida de elevação de tarifas de forma unilateral será respondida à luz da Lei brasileira de Reciprocidade Econômica. A soberania, o respeito e a defesa intransigente dos interesses do povo brasileiro são os valores que orientam a nossa relação com o mundo.”, informou presidente em nota.
O Supremo Tribunal Federal (STF) também se posicionou de forma interna sobre a tarifa imposta. Segundo o Estadão, ministros do STF afirmaram que a pressão americana não impedirá o julgamento de Bolsonaro, que está previsto para acontecer no final de agosto.