Tarifa de Trump sobre produtos chineses chega a 145% e impacta mercado global

Trump: guerra comercial com a China (Foto: Casa Branca)

Os Estados Unidos elevaram para 145% a tarifa total sobre produtos importados da China, informou a Casa Branca nesta quinta-feira, 10. O aumento é resultado da nova taxa de 125% anunciada na quarta-feira, 9, pelo presidente Donald Trump, somada à alíquota de 20% em vigor desde o início do ano.

Essa é a quarta alteração nas relações comerciais entre os dois países em pouco mais de uma semana. A China é atualmente a segunda maior fonte de importações dos EUA. O anúncio provocou nova queda nas bolsas americanas, refletindo a instabilidade do mercado diante das medidas.

A nova ordem executiva assinada por Trump também amplia a taxação de pacotes de menor valor vindos da China — como os comprados nas plataformas Shein e Temu. A tarifa sobre esses itens, que se enquadram na chamada exceção “de minimis” (isenção aplicada a importações abaixo de US$ 800), passa a ser de 120%, acima dos 90% anunciados anteriormente. Além disso, a cobrança por item postal foi reajustada: de 2 de maio a 1º de junho, será de US$ 100 por item, e, após esse período, o valor sobe para US$ 200. Inicialmente, os valores seriam de US$ 75 e US$ 150, respectivamente.

Trump justificou as novas tarifas como resposta à retaliação da China, que anunciou uma sobretaxa de 84% sobre produtos americanos — medida que entrou em vigor nesta quinta-feira. Apesar da tensão, o presidente americano afirmou estar aberto a um acordo com o governo chinês e elogiou o presidente Xi Jinping, chamando-o de “uma das pessoas mais inteligentes do mundo”.

“Eu acho que o presidente Xi é um cara muito inteligente e acredito que vamos acabar fazendo um ótimo acordo para os dois países”, disse Trump, em declaração na Casa Branca.

Na mesma linha, o presidente decidiu suspender por 90 dias a aplicação de tarifas recíprocas mais elevadas sobre outros países. Durante esse período, será aplicada uma tarifa global de 10%, que inclui o Brasil. Apenas Canadá e México ficaram isentos, já que ambos já haviam sido submetidos a tarifas de 25% sobre diversos produtos, estabelecidas em fevereiro. As tarifas de 25% sobre importações de aço e alumínio também continuam valendo.

As alterações foram divulgadas por Trump em sua rede social Truth Social e repercutiram entre aliados e membros do governo ao longo do dia. Segundo veículos da imprensa americana, a decisão de flexibilizar as tarifas foi influenciada pela volatilidade dos mercados e pelo temor de uma possível recessão, após alertas de parlamentares e sinais de liquidação de títulos do Tesouro dos EUA.

Questionado sobre a mudança em sua postura, Trump afirmou que havia pessoas “nervosas e assustadas”, o que teria motivado o recuo parcial na política tarifária.

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