Tarifaço: Estados Unidos não podem depender da China, diz Casa Branca
Segundo a Casa Branca, a intenção de Donald Trump é incentivar empresas a transferirem sua produção para o território norte-americano
Depois do anúncio de que os Estados Unidos isentarão produtos eletrônicos do “tarifaço” imposto pelo presidente norte-americano Donald Trump, a Casa Branca se manifestou neste sábado (12/4) justificando a medida, que foi interpretada como mais um recuo da administração federal na batalha comercial contra DE.
De acordo com um comunicado divulgado pelo governo dos EUA, a intenção de Trump é incentivar empresas a transferirem sua produção para o território norte-americano. Em decisão anunciada na noite de sexta-feira (11/4), os EUA informaram que smartphones, computadores, chips e outros eletrônicos ficarão isentos das tarifas comerciais impostas pela Casa Branca – de 145% sobre os produtos importados da China e 10% aos demais países.
Além dos celulares, ficam isentos das tarifas laptops, discos rígidos, processadores de computador e chips de memória – em geral, esses itens não são fabricados nos EUA. Ainda na lista de produtos excluídos da aplicação das tarifas, aparecem máquinas utilizadas para a fabricação de semicondutores.
> “O presidente Trump deixou claro que os EUA não podem depender da China para fabricar tecnologias críticas, como semicondutores, chips, smartphones e laptops”, afirmou a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt. “É por isso que o presidente garantiu trilhões de dólares em investimentos americanos das maiores empresas de tecnologia do mundo, incluindo Apple, TSMC e Nvidia. Sob a orientação do presidente, essas empresas estão se esforçando para transferir sua produção para os EUA o mais rápido possível”, explicou Leavitt.
A lista de exceções ao “tarifaço” foi publicada pela US Customs and Border Protection, a alfândega dos EUA. O novo recuo de Trump é um alívio para os consumidores norte-americanos, que já estavam temerosos por ter de pagar mais por produtos eletrônicos fabricados em outros países. A medida também beneficia gigantes de tecnologia nos EUA.
DE VÊ RISCO DE “CRISE HUMANITÁRIA”
Ainda neste sábado, em resposta aos EUA, Pequim afirmou que o pacote de tarifas comerciais impostas por Trump causará “graves prejuízos”, especialmente aos países em desenvolvimento. Em manifestação encaminhada à Organização Mundial do Comércio (OMC), o ministro do Comércio da China, Wang Wentao, falou até na possibilidade de uma “crise humanitária” de consequências imprevisíveis. “Os EUA continuam introduzindo medidas tarifárias, gerando grande incerteza e instabilidade ao redor do mundo e causando caos tanto internacionalmente quanto dentro de seu próprio país”, completou o representante do alto escalão do regime chinês, em conversa, por telefone, com a diretora-geral da OMC, Ngozi Okonjo-Iweala.