Tarifaço de 50% de Trump pode cortar R$ 21,5 bi do PIB de MG, estima Fiemg

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Tarifaço de 50% de Trump pode cortar R$ 21,5 bi do PIB de MG e afetar 187 mil
empregos, estima Fiemg

Medida anunciada por Trump prevê sobretaxa de 50% sobre exportações brasileiras
a partir de agosto. Segundo a Fiemg, Minas é o terceiro estado mais impactado.

Bruno Carazza avalia impacto de tarifa de 50% dos EUA para produtor mineiro
Bruno Carazza avalia impacto de tarifa de 50% dos EUA para produtor mineiro

A imposição da tarifa de 50% sobre todos os produtos brasileiros exportados aos
Estados Unidos, prevista para entrar em vigor em 1º de agosto, pode causar um impacto de até R$
21,5 bilhões no produto interno bruto (PIB) de Minas Gerais no longo prazo e
eliminar 187 mil postos de trabalho no estado.

Os dados são de um estudo da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais
(Fiemg), que ainda aponta uma queda de R$ 3,16 bilhões na massa salarial.

O estudo considera diferentes cenários simulados com base na decisão do
presidente norte-americano Donald Trump, que justificou a medida citando
desequilíbrios comerciais e questões políticas envolvendo o Brasil.

Esse cenário leva em consideração os efeitos acumulados no longo prazo, entre 5
e 10 anos, com base em simulações que mostram como a queda nas exportações pode
afetar a economia mineira.

A análise inclui a redução da demanda externa, a retração na produção de setores
importantes do estado e o impacto disso no consumo das famílias, nos
investimentos e na geração de empregos.

No pior cenário, que envolve retaliações mútuas e fuga de investimentos, o
impacto em Minas Gerais pode chegar a R$ 63,8 bilhões no PIB e mais de 443 mil
empregos comprometidos.

Minas Gerais ocupa hoje a terceira posição entre os estados que mais exportam
para os EUA, com US$ 4,62 bilhões em produtos embarcados em 2024, cerca de 2,3% do PIB
estadual.

Os principais itens da pauta mineira são café (33,1%), ferro e aço (29,2%) e
máquinas e materiais elétricos (4,6%). Regiões como a Sul, a Central e o Vale do
Aço concentram a maior parte das exportações, com destaque para municípios como
Guaxupé, Varginha, Sete Lagoas e Belo Horizonte.

SETORES ESTRATÉGICOS

Ainda segundo a Fiemg, setores estratégicos da economia mineira devem ser
diferentemente atingidos. A produção de ferro-gusa e ferroligas pode cair até 11,9%,
com reflexos também na indústria de transporte, produtos minerais não metálicos,
construção civil e serviços privados, como saúde e educação.

Em nível nacional, as perdas estimadas com a tarifa podem ultrapassar R$ 175 bilhões no longo prazo, com redução de 1,49% do PIB e mais de 1,3 milhão de
empregos a menos.

Caso o Brasil reaja com taxação similar sobre produtos dos EUA, o recuo do PIB
pode alcançar R$ 259 bilhões, afetando cerca de 1,9 milhão de empregos e
provocando queda de R$ 36 bilhões na massa salarial.

Os Estados Unidos são o segundo principal destino das exportações brasileiras,
atrás apenas da China. Em 2024, o Brasil vendeu aproximadamente US$ 40,4 bilhões
aos norte-americanos, com destaque para combustíveis minerais, ferro e aço,
máquinas, aeronaves e café.

A Fiemg defende uma solução diplomática para evitar a entrada em vigor da
tarifa.

> “Responder com a mesma moeda pode gerar efeitos inflacionários no Brasil. O
> caminho mais inteligente é a diplomacia”, sugeriu o presidente da entidade,
> Flávio Roscoe.

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