Tarifaço de Trump: Alckmin lidera reuniões com governo e empresários após taxação de produtos brasileiros

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Tarifaço de Trump: Encarregado dos EUA se encontra com Tarcísio na mesma hora em que governo se reunirá com empresários

Vice-presidente Geraldo Alckmin comandará comitê do governo que vai discutir medidas a serem tomadas após o presidente dos Estados Unidos anunciar taxa de 50% ao Brasil.

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O encarregado de negócios da Embaixada dos Estados Unidos, Gabriel Escobar, vai se reunir com o governador de São Paulo, Tarcísio Gomes de Fretias (Republicanos), na mesma hora em que o vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB), estará reunido com empresários brasileiros para tratar do tarifaço de Donald Trump.

Às 10h de terça-feira (15), Alckmin receberá empresários da indústria brasileira na sede do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, que ele também comanda, em Brasília. No mesmo horário, Tarcísio de Freitas vai se reunir com Gabriel Escobar no Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo, sede do governo paulista.

Alckmin anunciou nesta segunda-feira (14) a realização de duas reuniões com representantes do setor privado para discutir a resposta brasileira a Trump.

A medida norte-americana impõe uma tarifa de 50% sobre todos os produtos brasileiros exportados para os EUA a partir de 1º de agosto. A decisão foi criticada pelo governo Lula, que considera a ação uma retaliação política — motivada por críticas de Trump ao Supremo Tribunal Federal e em defesa de Jair Bolsonaro.

O vice-presidente Geraldo Alckmin deu entrevista coletiva no Palácio do Planalto. Segundo Alckmin, as reuniões são parte do trabalho de um comitê interministerial criado pelo presidente Lula e comandado pelo próprio vice-presidente, que reúne: Casa Civil, Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Ministério da Fazenda; e o Ministério das Relações Exteriores.

“A primeira tarefa é conversar com o setor privado. Separamos em dois blocos. Um bloco, a reunião será amanhã às 10h, no MDIC, com a indústria. Estamos chamando os setores industriais que possuem mais relação comercial com os Estados Unidos: avião, aço, celulose, máquinas… São os setores que estamos chamando. Calçados, móveis e autopeças também. Estamos chamando as entidades e, em alguns casos, as empresas”, explicou o vice-presidente.

A reunião de Tarcísio de Freitas e Gabriel Escobar foi confirmada pela Embaixada dos Estados Unidos por meio de nota. “Amanhã, o encarregado de Negócios dos Estados Unidos, Gabriel Escobar, vai se reunir com o setor privado em São Paulo, o estado com a maior concentração de investimento americano no Brasil. Ressaltamos que a Embaixada promove os interesses das empresas americanas e a cooperação bilateral”, diz a nota.

POSIÇÃO DO GOVERNO E DE TARCÍSIO

Logo após o tarifaço de Trump, Tarcísio de Freitas adotou um tom crítico ao governo federal, responsabilizando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pelas tarifas. Em uma publicação nas redes sociais, afirmou que “a responsabilidade é de quem governa” e acusou o presidente de colocar “sua ideologia acima da economia”.

A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), criticou duramente os aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro, acusando-os de colocar interesses ideológicos acima dos interesses nacionais. Ela afirmou que o tarifaço é uma forma de chantagem política de Trump, motivada por questões internas dos EUA e pelo julgamento de Bolsonaro no STF.

Dias depois, Tarcísio suavizou o discurso. Defendeu a união de esforços entre os governos estadual e federal para enfrentar os efeitos do tarifaço, reconheceu a gravidade da situação e elogiou a atuação diplomática do governo Lula.

Essa será a segunda reunião de Tarcísio de Freitas com o representante da embaixada dos EUA para discutir o impacto das tarifas. Na sexta-feira (11), eles se reuniram em Brasília.

Alckmin disse nesta segunda-feira que ainda que não foi procurado pelo encarregado de negócios dos Estados Unidos no Brasil após o anúncio do tarifaço de 50% feito por Donald Trump contra produtos brasileiros.

O vice-presidente também afirmou que não vê problema no encontro de Tarcísio com Escobar.

AS REUNIÕES DE ALCKMIN

Para a primeira reunião de Alckmin, estão convidados os seguintes setores: Aviões, Aço, Alumínio, Celulose, Máquinas, Calçados, Móveis, Autopeças.

A segunda rodada de conversas será às 14h e reunirá exportadores do agronegócio. Foram chamados representantes dos setores de: Suco de laranja, Carne, Frutas, Mel, Couro, Pescado.

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