‘Taxa das blusinhas’ para compras na AliExpress e Shopee começa a partir de 27 de julho

A partir de 27 de julho, todas as compras de até US$50 realizadas nas plataformas AliExpress e Shopee serão sujeitas à nova taxação de remessas internacionais, conhecida como “taxa das blusinhas”. O imposto de 20% começará oficialmente a ser aplicado em 1º de agosto. No entanto, devido ao intervalo entre a realização da compra e a emissão da Declaração de Importação de Remessa (DIR), as compras efetuadas no final de julho já foram tributadas.

 O AliExpress, que recentemente firmou parceria com o Magazine Luiza, comunicará seus clientes e parceiros sobre as próximas etapas através de seus canais oficiais. Já a Shopee afirmou que os valores serão calculados e detalhados na finalização da compra e ressaltou que para os usuários que comprarem dos mais de três milhões de vendedores brasileiros na plataforma, não haverá mudanças.

 Até o momento, a Shein não informou quando começará a aplicar a nova taxa. Caso o consumidor realize uma compra no final de julho sem recolher o imposto e a plataforma registre a DIR após 1º de agosto, o destinatário poderá precisar pagar a taxa no Brasil para receber a encomenda.

 Atualmente, produtos de até US$50 vendidos em plataformas como Shein, Shopee, Temu e AliExpress já são taxados pelo ICMS, com alíquotas que variam entre 17% e 19%. Estes itens, porém, estavam isentos do Imposto de Importação, o que permite preços mais baixos. A nova taxa foi aprovada com o argumento de que a isenção para compras internacionais cria uma distorção no mercado e prejudica a indústria nacional.

 Com a nova lei, a taxa de importação será de 20% para itens até US$ 50. Para valores acima de US$50, a alíquota será de 60%, com um desconto de US$ 20 para compras até US$3.000. As regras são aplicáveis a compras feitas em plataformas que aderiram ao programa Remessa Conforme.

 De acordo com cálculos apresentados pelo AliExpress, uma remessa no valor de R$100 custará R$144,58 ao consumidor com a nova alíquota de 20%, em comparação com os atuais R$120,48. Para compras entre US$50 e US$3.000, a dedução de US$20 sobre o valor de importação reduzirá o impacto do tributo proporcionalmente. Por exemplo, um pedido de R$330, que atualmente custa R$636,13 com os impostos, terá seu valor total reduzido para R$503,61 a partir de 27 de julho.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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