‘Taxa das Blusinhas’ pode ter causado prejuízo milionário aos Correios

A chamada “taxa das blusinhas” parece ter impactado severamente o desempenho financeiro dos Correios. No terceiro trimestre de 2024, entre julho e setembro, a estatal apresentou um faturamento R$ 200 milhões menor em relação ao mesmo período de 2023.

No acumulado dos primeiros nove meses de 2024, os Correios registraram prejuízo de R$ 2 bilhões, um aumento significativo em comparação com os R$ 824 milhões de saldo negativo no mesmo período do ano anterior. Apenas no terceiro trimestre, o impacto negativo foi de R$ 785 milhões, contrastando com os R$ 89 milhões registrados em 2023.

Um dos principais fatores para esse resultado foi a queda nas operações internacionais. De julho a setembro de 2024, a estatal faturou cerca de R$ 1 bilhão com encomendas vindas do exterior, enquanto no mesmo período de 2023 o valor havia sido de R$ 1,3 bilhão. No acumulado de janeiro a setembro, as postagens internacionais geraram R$ 3,1 bilhões, ante R$ 3,3 bilhões no ano anterior.

A influência da ‘taxa das blusinhas’
A queda nas importações internacionais coincide com a aplicação da “taxa das blusinhas”, instituída pela Lei 14.902/2024, que entrou em vigor em 1º de agosto. A nova regra exige que todas as compras internacionais abaixo de US$ 50 sejam taxadas com uma alíquota de 20% no Imposto de Importação (II).

Anteriormente, essas transações estavam isentas de II por meio do Programa Remessa Conforme, sendo tributadas apenas pelo ICMS, fixado em 17% em todo o país. A mudança encareceu compras de baixo valor, desestimulando consumidores e contribuindo para a queda no volume de encomendas internacionais, afetando diretamente o faturamento dos Correios.

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