Redação da Unesp 2025: tema aborda a medicalização da vida
No segundo dia de prova da segunda fase teve ainda 12 questões discursivas de linguagens. As colegas Maria Cláudia, Ana Júlia e Mariana acharam a prova de linguagens da segunda fase da Unesp mais fácil, já o estudante Henrique Traldi achou mais difícil que a de exatas — Foto: Douglas Braz/de
O tema da redação do vestibular da Unesp 2025 é “A medicalização da vida: de quem é o interesse?”. A redação foi feita nesta segunda-feira (9) pelos candidatos que responderam ainda 12 questões discursivas de linguagens e suas tecnologias (língua portuguesa e literatura, língua inglesa, educação física e arte). O tema facilitou o desenvolvimento do texto, na avaliação da candidata Beatriz Lima Cadmo, 18 anos, estudante da Escola Estadual Cecília Meireles, de São Carlos. Sua argumentação seguiu os textos e charge de apoio da Vunesp. Eles questionaram como comportamentos naturais de crianças, por exemplo, como o choro ou o brincar, podem ser usados como justificativa para diagnósticos equivocados e uma medicação desnecessária a fim de defender os interesses da indústria farmacêutica.
“Não estou acostumada com esse formato de prova, estava nervosa, mas consegui desenvolver bem o tema”, avaliou Beatriz.
A segunda fase do Vestibular 2025 da Universidade Estadual Paulista (Unesp) é aplicada em dois dias. No primeiro, realizada no domingo (8), os candidatos responderam 24 questões discursivas das áreas de ciências humanas e sociais aplicadas (história, geografia, filosofia e sociologia), ciências da natureza e suas tecnologias (biologia, física e química) e matemática e suas tecnologias. O exame está sendo realizado em 35 cidades, dentro e fora do estado de São Paulo. No total, houve 64.834 inscritos no vestibular.
O segundo dia de prova foi considerado fácil pelos candidatos que prestaram a prova em Araraquara (SP). Entre eles Lívia Garibaldi, 18 anos, que tenta uma vaga de zootecnia, e Guilherme Mendes, 18 , que tenta uma vaga de direito. “Bem mais fácil do que ontem, com exatas e química”, disse ele. Estudantes de escola pública de Nova Europa (SP) eles revelam uma realidade difícil para a preparação do vestibular. “Temos falta de professor qualificado, muita aula vaga. Os itinerários deixam a desejar. Tiraram sociologia e filosófica que fazem falta no vestibular”, afirmou Guilherme. Para as colegas Maria Cláudia Trenton, 17 anos, Ana Júlia Bacana, 20, que prestam Letras, e Mariana Alexandres, 19 , que tenta Pedagogia na Unesp de Araraquara, o segundo dia de prova, com português e redação, mais fácil do que as questão de exatas aplicadas no domingo. Elas fizeram a ETEC Anna de Oliveira Ferra, de Araraquara e se prepararam para o vestibular pelo CUCA, cursinho preparatório oferecido pela Unesp. “A gente que é de escola pública, não tem tantos recursos pra se preparar, tem uma baixa expectativa o que afeta o nosso desempenho. Fico mais difícil lidar com essa pressão”, disse Maria. A colega Mariana concorda. “Eu sou a primeira da família a tentar uma faculdade. Se não consegue agora, vai ficar muito mais difícil no próximo ano porque vou ter conciliar trabalho e estudo.”
Já o estudante Henrique Traldi, 17 anos, achou o primeiro dia de prova mais fácil. Apesar do dia ruim, nesta segunda, ele está confiante no resultado de seu esforço ao longo do ano. “Acho que dá pra garantir uma vaga sim. Se não der, volto a estudar, fazer cursinho, e continuar tentando.”