Temer diz que alarde da operação Carne Fraca causa ‘embaraço econômico’

O Presidente Michel Temer afirmou nesta terça-feira (21) que um “alarde” em torno da operação Carne Fraca causou “embaraço econômico” para o país.
Temer discursou em evento organizado pelo Council of the Americas e pela Apex (Agência Brasileira de Promoção às Exportações).

“Houve um grande alarde nos últimos dias em relação à carne brasileira. Evidentemente que isso causa, não posso deixar de registrar, um embaraço econômico para o país, porque as alguns países já pensam ou pensaram em suspender [a importação]”, afirmou o presidente.

De acordo com Temer, a decisão da Coreia do Sul em retomar as importações da carne de frango brasileira se deu, provavelmente, em função da “pronta resposta das autoridades brasileiras, e dos esclarecimentos mais do que cabais”.

Ele repetiu que, das mais de 4,3 mil plantas de processamento de carne instaladas no país, três tiveram suas atividades suspensas enquanto outras 19 estão sendo investigadas. Também disse novamente que, de mais de 11,3 mil servidores do ministério da Agricultura, cerca de 30 estão sendo investigados.

De acordo com o presidente, os números mostram a “insignificância dos fatos”. “Mas os desvios, se há, devem e estão sendo apurados”, acrescentou.

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Indiciado, Bolsonaro diz que Moraes “faz tudo o que não diz a lei”

Após ser indiciado pela Polícia Federal (PF), o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou em sua conta na rede social X, nesta quinta-feira (21), trechos de sua entrevista ao portal de notícias Metrópoles. Na reportagem, ele informa que irá esperar o seu advogado para avaliar o indiciamento. 

“Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar”, disse o ex-presidente.

Bolsonaro também criticou o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF). “O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, criticou Bolsonaro.

Bolsonaro é um dos 37 indiciados no inquérito da Polícia Federal que apura a existência de uma organização criminosa acusada de atuar coordenadamente para evitar que o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu vice, Geraldo Alckmin, assumissem o governo, em 2022, sucedendo ao então presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas últimas eleições presidenciais.

O relatório final da investigação já foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Também foram indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos; o ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin) Alexandre Ramagem; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno; o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, Walter Souza Braga Netto.

Na última terça-feira (19), a PF realizou uma operação para prender integrantes de uma organização criminosa responsável por planejar os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes.

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