“Temos potencial de reciclagem de 30%, e só aproveitamos 3%”, diz líder de inovação da Positiv.a

Em entrevista ao diário do Estado, Gicele Brandão, líder de inovação da empresa Positiv.a, explicou mais sobre a postura de empresas engajadas na preservação do meio ambiente. “Está na pauta, em todos os lugares, a questão sobre a sustentabilidade, sobre a melhor utilização dos recursos… mas ainda existe uma dificuldade muito grande de se compreender como. Tanto que hoje temos um potencial de reciclagem da ordem de 30%, e a gente só aproveita 3%“, aponta.

Ela atribui esta dificuldade a duas fraquezas principais. “Tem uma questão educacional e estrutural por trás disto. Educacional porque as pessoas não sabem nem como reciclar. Começa que as pessoas não sabem nem o que é reciclável e o que não é“. Ela dá exemplo do “plástico mole” (o das embalagens de salgadinhos) que muitos acreditam ser reciclável, embora não seja. “E outra questão estrutural porque tem poucos pontos de coletas. Falta muito incentivo nas políticas públicas nisso”, analisa Gicele.

Então como mudar a mentalidade das pessoas para melhor? “Quanto mais cedo formos educados com as questões ambientais, a gente vai se tornando um cidadão e um adulto mais responsável com o meio que a gente vive. […]Através das escolas você já consegue formar esse cidadão”. Mas, para quem não teve este aprendizado na escola, ainda há esperanças. Gicele abre possibilidades: “O primeiro passo é se importar. Depois, é só dar uma ‘afinadinha’ neste conhecimento”, aconselha.

Há técnicas que podem transformar a reciclagem numa atividade mais produtiva e rentável. “A higienização dos produtos que você separa, a questão da limpeza, aumenta o potencial econômico para a reciclagem, porque facilita o processo”, conta. A empresa de que faz parte é conhecida por trabalhar com produtos de beleza, e até de limpeza. “Na Positiv.a é uma questão muito do engajamento interno, e de fazer parte do propósito. Isso parte não necessariamente de políticas públicas, mas dos indivíduos que compõem a empresa“, observa.

Segundo Brandão, as pessoas sempre se perguntam se esta postura ecologicamente correta é rentável. “Sim, é rentável. Todo negócio precisa parar de pé, e é é possível você fazer o ‘capitalismo do bem”. E é com esta boa ideia que deixamos você curioso para conferir o resto da entrevista:

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Vídeo: Circulação de fake news fez Goiás cair índice a cobertura vacinal infantil

Devido às baixas procuras por vacinas, em função da pandemia de Covid-19 e circulação de fake news, Goiás deu início nesta segunda-feira, 8, à Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite e de Multivacinação para Atualização da Caderneta de Crianças e Adolescentes. O objetivo é reduzir o risco de transmissão de doenças imunopreveníveis, como a paralisia infantil, sarampo, catapora e caxumba. Este ano, a média da cobertura vacinal em Goiás está pouco acima dos 50%, ou seja, longe do ideal que 95%.

De acordo com a gerente do Plano de Nacional de Imunização (PNI) da Secretaria de Estado de Goiás, Clarice Carvalho, durante o período crítico da pandemia da Covid-1, no estado, muitos pais deixaram de levar as crianças até uma unidade de saúde para atualizar o cartão de vacinação. O medo, em parte, estava relacionado à doença, porém, a circulação de informações falsas contribuíram com o quadro.

“Muitas pessoas tinham receio de ir até uma unidade de saúde para se vacinar, mesmo estas unidades estando preparadas para acolher as pessoas. Ainda houve um receio, mas devido a circulação de fake news, informações incorretas, informações falsas, abordando a segurança da vacina”, explicou Clarice.

Para esse público, que ficou sem vacinar durante os últimos dois anos, os profissionais das Unidades Básicas de Saúde (UBS’s) vão elaborar um plano para que o esquema vacinal fique completo.

Além disso, de acordo com a gerente do PNI, em Goiás, diversos municípios já atuaram ativamente para buscar as crianças que precisam de algum imunizante.

“Os municípios têm trabalhado sim nesta busca ativa, indo nas casas, principalmente, para vacinar as crianças de acordo com as doses programadas para a sua idade”, explicou Clarice.

*Entrevista completa ao final do texto*

Multivacinação Infantil

A Campanha de Multivacinação está aberta em todos os 246 municípios goianos, com objetivo de sensibilizar pais e responsáveis a levarem as crianças e adolescentes aos postos de saúde para completarem o cartão vacinal.

Dados da Secretaria Estadual de Saúde (SES) mostram que, nos últimos anos, as coberturas vacinais de todas as vacinas estão bem abaixo de 95%, meta preconizada pelo Ministério da Saúde (MS) para garantir a proteção coletiva de toda a população infantil. Este ano, a média da cobertura vacinal em Goiás está pouco acima dos 50%.

Risco

O Brasil já convive com a reintrodução de doenças que já haviam sido erradicadas. Dois anos depois da concessão do Certificado de País Livre do Sarampo, com a circulação do vírus dessa doença e a transmissão por mais de 12 meses consecutivos, o país perdeu essa certificação. De 2019 a 2020, foram 20 casos notificados em Goiás.

Também a difteria, que havia sido controlada, deixando de ser uma preocupação dos gestores de saúde, voltou a apresentar casos isolados. O último caso da doença havia sido notificado em 1998. Neste ano, foi registrado um caso da enfermidade, em Santa Helena de Goiás.

Com o vírus da poliomielite, também conhecida como paralisia infantil, circulando em países da África e diante das baixas coberturas registradas nas crianças brasileiras, existe o risco do retorno dessa doença, prevenida com apenas duas gotinhas da vacina Sabin.

O Brasil não cumpre, desde 2015, a meta de imunizar 95% do público-alvo vacinado contra a poliomielite, patamar necessário para que a população seja considerada protegida contra a doença.

Sarampo, tétano, difteria, poliomielite, tuberculose, coqueluche, meningites e várias outras doenças são prevenidas com vacinas seguras, testadas e usadas há mais de 30 anos com sucesso no Brasil.

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