Última atualização 04/12/2022 | 12:54
A população do nordeste goiano deve sofrer novamente com tempestades entre o fim deste ano e começo de 2023. A infraestrutura comprometida com as chuvas do ano passado a ponto de isolar comunidades está passando por ajustes para evitar tragédias. Instituições com o Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas de Goiás (Cimehgo), a Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros mapearam pontos críticos e já estão se mobilizando.
“Para este ano, os nossos prognósticos apontam novamente em dezembro, janeiro e fevereiro, chuvas intensas. Nós estamos preocupados. Nossa primícia é salvar vidas, o restante não tem como evitar. Uma estrada vai desmanchar, casas vão desmanchar, cidades vão alagar….”, lamentou André.
Segundo o Centro, somente em dezembro, a previsão é que as chuvas cheguem a 500 milímetros em 70 municípios das regiões Centro, Norte e Nordeste. Neste ano, o Brasil está vivendo um evento climático raro: a La Niña ocorrendo por mais de dois anos consecutivos. Assim como no ano passado em que houve o predomínio do fenômeno, as chuvas em 2022 terminaram em abril para dar início à estiagem e retornaram entre outubro e novembro.
Esta deve ser a quarta vez em que essa situação ocorre. Os registros começaram em 1950 e notificaram esse tipo de ocorrência de 1954 a 1956 e depois entre 2010 e 2012. Um dado inédito é a La Niña que ocorreu por quatro anos de 1973 a 1976. “Estamos atravessando o fenômeno La Niña, que tem um período de estiagem maior, mas quando vem o período de chuva, elas acontecem em formato de tempestade. Ou seja, um alto volume de água, em pouco tempo. Não é aquela chuva contínua, quando tem uma maior absorção do solo. É uma chuva que vem varrendo, bem mais forte, que pode ocasionar queda de árvores, inundações”, completa André.
Planejamento contra efeitos das tempestades
Um plano de contingência está sendo executado pelo governo estadual. Cerca de 280 municípios passam ou passaram por serviços preventivos, como construção de bueiros e pontes, roçagem, revitalização de sistemas de drenagem, operação tapa-buraco, recuperação de pavimentos asfálticos, levantamento de greide e terraplenagem em trechos em leito natural.
O isolamento ocorrido em 2022 não deve se repetir com a execução dos serviços necessários para assegurar a trafegabilidade nos 21 mil quilômetros de rodovias da região. Algumas cidades chegaram a decretar estado de emergência ou calamidade à época. Cerca de 1 mil famílias ficaram ilhadas em áreas rurais da região da Chapada dos Veadeiros. As fortes chuvas causaram alagamentos e derrubaram pontes.
Os trechos da GO-118, entre Alto Paraíso e Teresina de Goiás, onde houve uma erosão no leito da pista, foram recuperados. Assim como GO-447, Divinópolis à GO-118 (Monte Alegre); GO-452, Campos Belos à divisa com Tocantins; GO-549, entroncamento com a GO-447 e GO-118; GO-498, entroncamento com a GO-110 e GO-452; GO-110, São Domingos à Divinópolis; GO-236, de Flores de Goiás a Alvorada do Norte; GO-114, de Flores de Goiás ao entroncamento com a GO-239; GO-108, de Posse a Guarani de Goiás; e GO-241, de Cavalcante a Minaçu.