Temporada de reprodução das tartarugas marinhas em Fernando de Noronha promete recorde de ninhos

Começa temporada de reprodução das tartarugas marinhas em Fernando de Noronha

Pesquisadores esperam aumento no número de ninhos das tartarugas-verdes na ilha.

A temporada 2024/2025 de reprodução das tartarugas-verdes (Chelonia mydas) começou, em Fernando de Noronha. Os pesquisadores flagraram a desova da primeira fêmea na Praia do Leão, na noite de quinta-feira (5).

A coordenadora da Fundação Projeto Tamar, Rafaely Ventura, contou que a expectativa é de crescimento no número de ninhos.

“Na temporada passada, foram registradas 144 desovas, e 70% dos ninhos se concentraram na Praia do Leão. A nossa expectativa é que esta temporada seja mais movimentada. Acreditamos que podemos chegar a cerca de 300 desovas”, falou Rafaely.

A fundação é uma organização não governamental que desenvolve atividades de pesquisa em todo Brasil. As tartarugas marinhas também são estudadas pelos pesquisadores do Centro Tamar, que é um órgão do Instituto Chico Mendes da Biodiversidade (ICMBio).

O oceanógrafo do Centro, Cláudio Bellini, explicou que o primeiro ninho marca o início de meses de trabalho dedicado e vigilância nas praias, uma ação do Programa Monitora – Componente Tartarugas Marinhas, coordenado pelo Centro Tamar-ICMBio, com o apoio da Fundação Tamar.

“As unidades de conservação do ICMBio na ilha têm se unido, assegurando que as praias de desova sejam constantemente monitoradas e protegidas. As ações incluem a marcação de fêmeas, identificação e proteção de ninhos, garantindo que os filhotes possam emergir e alcançar o mar em segurança”, falou Bellini.

O pesquisador afirmou que os esforços comprovam o resultado positivo no trabalho em parceria em longo prazo.

“Em 1980, quando o Tamar se estabeleceu em Noronha, a população de tartarugas-verdes estava à beira da extinção. A ocupação humana e o uso da espécie como recurso alimentar ao longo de aproximadamente 480 anos haviam reduzido drasticamente o número de ninhos”, explicou Cláudio Bellini.

Segundo o pesquisador, os estudos de longo prazo liderados pelo Centro Tamar-ICMBio sugerem que a população de tartarugas-verdes está se recuperando.

“Essa recuperação indica uma animadora tendência no crescimento do número de fêmeas ao longo de quatro décadas”, avaliou Bellini.

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