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Tensão durante as eleições presidenciais pode aumentar o risco de infarto

Última atualização 10/10/2022 | 21:35

A chance de ter um infarto durante as eleições presidenciais aumenta comparado ao período sem pleitos, de acordo com um estudo da Universidades Columbia e Harvard. A pesquisa associa a tensão entre os eleitores e a ansiedade pelo anúncio dos eleitos ao aumento do estresse, que pode desencadear doenças vasculares como o infarto.

Em 2020, os cientistas norte-americanos perceberam elevação no número de internações de pacientes por  infarto do miocárdio ou Acidente Vascular Cerebral (AVC) durante a escolha do novo presidente dos Estados Unidos.

Segundo o estudo, as eleições presidenciais americanas que elegeu Joe Biden em 2020, tiveram um aumento de 17% na taxa de hospitalização com pacientes que sofreram infarto do miocárdio ou Acidente Vascular Cerebral (AVC) em comparação com o período pré-eleitoral. 

A explicação seria o aumento dos batimentos cardíacos, que faz a pressão arterial subir e o diâmetro dos vasos sanguíneos reduzir, incluindo o da artérias coronárias, que são responsáveis por levar o sangue ao coração. Apesar disso, o cardiologista José Luiz Júnior explica que o estresse isoladamente causa infarto apenas se houver problemas de saúde preexistentes.

“O estresse agudo e pontual pode causar o infarto se a pessoa já tiver uma placa de gordura, ou seja, ela já está predisposta a ter a artéria obstruída quando aumenta o batimento cardíaco. Para pessoas saudáveis, isso não vale. Se a pessoa já tiver estresse crônico, ansiedade é sim um fator de risco”, esclarece.

Dados gerais da Secretaria Estadual de Saúde (SES-GO) revela que nove pessoas morreram de infarto por dia em Goiás.  Entre janeiro e 05 de outubro deste ano foram 2.201óbitos causados pela doença, sendo 875 com a faixa etária de 15 a 64 anos e 1.323 acima de 65 anos.

O médico alerta que a fatalidade do infarto depende da idade do paciente e da presença de comorbidade.José Luiz lembra que o índice de morte é maior nos chamados infartos fulminantes, aqueles em que a pessoa falece antes de chegar ao hospital.

“Em países desenvolvidos, as pessoas são treinadas para fazer a reanimação e é o que previne esse tipo de morte. Na ausência de assistência adequada, a taxa de morte pode chegar a 50%”, diz.

Com auxílio médico, o paciente pode se recuperar e retomar as atividades. Parte deles fica com sequelas, como insuficiência cardíaca, o que causa limitação da  qualidade de vida com falta de ar e arritmia. “A principal forma de prevenir é para quem já tem fator de risco fazer controle.

Quem não tem fatores de risco precisa ter hábito de vida saudável, manter o peso, ter alimentação adequada, fazer controle do estresse e ter boa qualidade do sono”, pontua o cardiologista.