A democracia volta a ser atacada, desta vez por deputados federais e senadores. Mais uma tentativa de golpe se desenha, após o fracasso do episódio de 8 de janeiro de 2023, que foi originado pela tentativa de Bolsonaro de evitar a posse de Lula.
Assim como nas vezes anteriores, a atual tentativa de golpe também não terá apoio popular suficiente para progredir. Além disso, a saúde do maior beneficiário do golpe atual inspira cuidados, o que pode impactar no desenrolar dos acontecimentos.
O Congresso foi duramente afetado pelo golpe de 8 de janeiro, sendo o principal alvo dos atos de vandalismo. Coincidentemente, é no Congresso que está sendo planejada a nova trama golpista, por meio de um projeto de lei que visa anistiar os envolvidos no golpe passado.
De acordo com uma pesquisa do Datafolha, a maioria dos brasileiros é contra o referido projeto de lei proposto por Bolsonaro. Mesmo assim, o presidente quer acelerar a votação em regime de urgência, já tendo obtido as assinaturas necessárias de 262 deputados.
A decisão de acatar ou não o pedido de votação ficará a cargo de Hugo Motta, presidente da Câmara. Apesar de ter afirmado que não acatará, Motta pode mudar de posição sob pressão da direita. A movimentação política também envolve a retirada e o acréscimo de assinaturas no projeto.
O governo federal, que permaneceu inerte por um período, agora começa a reagir diante da situação. Ameaças de retirada de ministérios e cargos são feitas como forma de pressionar os traidores a voltarem atrás em suas decisões. A postura do governo federal pode desencadear uma crise institucional, caso o pedido de urgência seja aprovado.
Caso o pedido seja aprovado tanto na Câmara quanto no Senado, Lula poderá vetar o projeto, porém, esse veto ainda poderá ser derrubado. O Supremo Tribunal Federal não deve aceitar tais tentativas, o que pode desencadear uma crise entre os poderes Executivo e Judiciário. A intenção da direita é manter a proposta em pauta pelo maior tempo possível.
Enquanto isso, o Supremo marcou o julgamento da denúncia contra os envolvidos no golpe de 8 de janeiro para os próximos dias. O prazo para a apresentação de defesa prévia se esgota em breve, o que pode definir os rumos das investigações e possíveis punições.