A polícia de São Paulo e o Ministério Público de São Paulo classificou a tentativa de homicídio contra o ex-prefeito de Taboão da Serra, José Aprígio, em outubro de 2024, como forjada. Aprígio, que disputava a reeleição, foi baleado no ombro durante um ataque a tiros, mas as autoridades descobriram que o incidente era uma simulação para influenciar a campanha.
José Aprígio foi alvejado dentro de um carro blindado no dia 18 de outubro e teve que ser operado para retirada do fragmentos da bala. O ex-candidato teve alta hospitalar na véspera da votação e o episódio foi considerado um dos mais violentos da disputa municipal.
De acordo com as investigações, Aprígio pagou R$ 85 mil por um fuzil usado no ataque. Seus secretários participaram da negociação que ofereceu R$ 500 mil a cinco atiradores. O objetivo era criar a impressão de que o prefeito havia sofrido um atentado, visando sensibilizar os eleitores e aumentar suas chances de reeleição.
Operação
A operação “Fato Oculto”, realizada pelo Ministério Público e a Polícia Civil, resultou em mandados de prisão e busca e apreensão. Segundo a investigação, o plano contou com o auxílio de nove pessoas, sendo três secretários do então prefeito e um familiar, que foi investigado em Alagoas.
Em depoimento, os investigados afirmaram que os envolvidos no atentado se atrapalharam durante a emboscada e o prefeito quase morreu depois que a bala atravessou a blindagem do carro.
Dois suspeitos foram preso em flagrante, sendo um deles o irmão do ex-prefeito, Valdemar Aprígio da Silva, enquanto outro é foragido. Silva era um dos três ex-secretários investigados e foi preso por porte ilegal de arma.
Defesa de Aprígio
A defesa de Aprígio nega envolvimento na simulação, afirmando que ele é vítima e que o dinheiro apreendido é lícito. Contudo, as autoridades acreditam que a farsa foi uma tentativa desesperada de Aprígio para reverter sua situação nas eleições, que ele acabou perdendo para Engenheiro Daniel.
O ex-prefeito afirmou que foi “surpreendido” com os desdobramentos das investigações e reforçou ter sido alvo de uma tentativa de homicídio. “José Aprigio é vítima, sofreu um tiro com armamento pesado em outubro de 2024 que, por sorte, não ceifou sua vida”, disse. o advogado Allan Mohamed Melo Hassan, ex-secretário da gestão Aprigio.
Segundo o delegado de polícia seccional de Taboão da Serra, Hélio Bressan, delegado é investigado e que “ainda” não existe provas contra ele, mas sim indicações de participação. “Não há ainda como afirmar categoricamente que [Aprigio] estava participando disso. Temos alguns indícios de coisas que são estranhas, que fogem da normalidade. Não tem prova cabal”, disse. “A impressão que se tem é que ele deveria saber, mas ainda não temos prova cabal. Ele não foi indiciado.”
No momento do incidente, Aprigio estava no carro blindado com outras três pessoas. Os envolvidos no caso responderão pela tentativa de homicídio contra quatro pessoas.