DE confirma 3ª morte por ingestão de bebida com metanol; vítima é mulher que bebeu drink de vodca
Bruna Araújo de Souza, de 30 anos, ingeriu a bebida no dia 28 de setembro e estava entubada no Hospital de Clínicas de São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, desde o dia 29. Ela foi sepultada nesta terça (7).
Antídoto contra intoxicação por metanol chega ao Brasil nos próximos dias
O estado de São Paulo teve a terceira morte confirmada de pessoa que ingeriu bebida alcoólica “batizada” com metanol. Bruna Araújo, de 30 anos, estava internada em estado grave após ingerir vodca com suco de pêssego e faleceu na segunda-feira (6).
A informação foi divulgada pela Prefeitura de São Bernardo do Campo, no Grande ABC, e ratificada pela Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo. O velório aconteceu nesta terça-feira (7).
De acordo com a Secretaria Municipal da Saúde, Bruna morreu após a adoção de um protocolo de cuidados paliativos, em decisão tomada pela equipe médica em conjunto com a família.
A administração municipal afirmou, em nota, que a paciente “recebeu a melhor assistência possível” e manifestou solidariedade aos familiares e amigos. Ela foi internada no dia 29 de setembro.
A morte de Bruna ainda não consta no boletim do governo do estado porque o documento estadual foi divulgado antes da confirmação por parte da Prefeitura de São Bernardo.
Segundo a prefeitura, a Vigilância Epidemiológica de São Bernardo do Campo recebeu 78 notificações de suspeita por contaminação de metanol até segunda-feira (6).
>O óbito da mulher de 30 anos [Bruna Araújo] é o único caso confirmado de contaminação [em São Bernardo do Campo].
O Ministério da Saúde confirmou 17 casos de intoxicação por metanol no país, segundo balanço divulgado na segunda-feira (6). Ao todo, foram 217 notificações relacionadas ao consumo de bebidas alcoólicas adulteradas — 200 delas ainda em investigação. O estado de São Paulo concentra a maior parte dos registros: 15 casos confirmados e 164 sob análise, o que representa 82,5% do total.
PROTOCOLO MORTE CEREBRAL
Na sexta (3), o hospital havia aberto protocolo de morte cerebral para a paciente, segundo a prefeitura.
O protocolo de morte cerebral reúne uma série de exames e procedimentos cujo objetivo é confirmar ou não a perda completa e irreversível das funções cerebrais, ou seja, a morte de fato. Para isso, os médicos precisam fazer, obrigatoriamente:
* dois exames clínicos que comprovem a ausência de percepção e a falta de funcionamento do tronco encefálico;
* teste que confirme ausência de movimentos respiratórios após estimulação máxima; e
* exame complementar que comprove ausência de atividade encefálica.
Bruna Araújo de Souza estava hospitalizada no Hospital de Clínicas de São Bernardo desde a manhã do dia 29 de setembro após ser transferida já entubada por uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) na cidade.
O metanol é uma substância altamente inflamável, tóxica e de difícil identificação. A ingestão, inalação ou até mesmo o contato prolongado com metanol pode causar náusea, tontura, convulsões, cegueira e até a morte.
A polícia esteve na distribuidora que teria feito a venda da bebida que Bruna consumiu no bar. Na delegacia, ele negou ser o único fornecedor.
Segundo a família, Bruna chegou a receber o “antídoto” para o metanol e passou por sessões de hemodiálise.
O namorado de Bruna também foi internado em outra unidade de saúde, segundo familiares.
SINTOMAS APÓS O SHOW
De acordo com relatos, Bruna esteve com amigos em um bar de São Bernardo para assistir a um show de pagode no domingo. Ela consumiu bebidas à tarde e à noite, mas apresentou sintomas apenas no outro dia.