Terceiro deslizamento em lixão de Padre Bernardo contamina córrego: novo incidente preocupa autoridades ambientais

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Terceiro desmoronamento em lixão volta a contaminar córrego, em Padre Bernardo

O consumo de água no córrego Santa Bárbara está proibido. Segundo a Secretaria
de Estado de Meio Ambiente, é possível que um novo auto de infração seja
emitido.

Lixão de Padre Bernardo desmorona de novo

Um terceiro deslizamento no lixão de Padre Bernardo
no Entorno do Distrito Federal, voltou a contaminar o córrego Santa Bárbara, segundo a Secretaria de
Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad). No início de
novembro, o lixão já havia enfrentado outro incidente, mas sem contaminação. De acordo com a Semad, ainda não se sabe qual o volume de
lixo deslizado.

DE entrou em contato com a empresa Ouro
Verde, responsável pelo lixão, mas não teve retorno até a última atualização
desta reportagem.

O incidente aconteceu na madrugada da última terça-feira (25). Em comunicado, a
Semad informou que o deslizamento aconteceu na antiga pilha, a mesma em que
ocorreu o primeiro desmoronamento, em junho de 2025.

Segundo o Centro de Informações Hidrológicas e Metereológicas da Semad
(Cimehgo), choveu cerca de 140 milímetros naquele dia, um volume considerado
alto. Entretanto, não há mais detalhes sobre o que teria causado o
desmoronamento.

Fotos dos resíduos em Padre Bernardo, Goiás — Foto: Reprodução/TV
Anhanguera

A segunda pilha de resíduos do lixão foi formada com o que foi retirado do
córrego Santa Bárbara no primeiro deslizamento.

Agora, com a segunda contaminação, a secretaria reforça que o consumo de água do
córrego está proibido desde o dia seguinte à tragédia por uma portaria assinada
pela secretária Andrea Vulcanis.

Em pronunciamento, a Semad informou que iria ao local na manhã desta
quarta-feira (26) para tomar providências. Disse ainda que é provável que um
novo auto de infração seja emitido pelo “descumprimento do dever de estabilizar
o maciço”.

DESMORONAMENTOS E MULTA

Desabamento do aterro sanitário em Padre Bernardo, em Goiás — Foto:
Reprodução/TV Anhanguera

O primeiro desmoronamento aconteceu no dia 18 de junho de 2025. Na época, a
coordenadora da Área de Meio Ambiente do Ministério Público de Goiás (MP-GO),
Daniela Haun Serafim, disse que o deslizamento era “uma tragédia anunciada”.

> “Não nos pegou de surpresa, pois já era uma tragédia anunciada. Isto porque o
> Ministério Público de Goiás juntamente com o Ministério Público Federal tem
> uma atuação integrada e firme no combate ao funcionamento do aterro sem
> licença ambiental, que tem cometido vários danos ao meio ambiente e à
> comunidade local”, diz Daniela Haun.

Na época, a Ouro Verde lamentou o ocorrido e disse que estava comprometida com a
mitigação dos danos ambientais e com a preservação da área afetada (veja a nota
ao fim do texto). Pouco menos de um mês depois do incidente, em que 42 mil
metros cúbicos de lixo desabaram, a Semad multou a empresa Ouro Verde em R$
37,5 milhões.

No início de novembro, cinco meses após o primeiro desmoronamento, o lixão teve
um segundo deslizamento, que não atingiu o curso d’água. Segundo a Semad, a
estimativa é de que cerca de 3 mil das 250 mil toneladas desse maciço tenham
deslizado.

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