A partir desta semana, os termos mulato, mulata, negro e negra foram excluídos do sistema da Prefeitura de Goiânia. As opções apareciam ao lado das opções amarelo, branco, indígena e pardo na autodeclaração étnico-racial dos servidores municipais. A retirada foi solicitada pela Defensoria Pública de Goiás por considerar a categorização racista.
Os integrantes do órgão acreditam que a medida colabora com o fim da utilização de palavras, referências e comentários discriminatórios raciais. Os vocábulos foram substituídos por “preto” e “preta”, considerados mais adequado e politicamente corretos. Outra explicação é que negro inclui pessoas pretas e pardas, de acordo com critérios do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Conforme o Censo 2010 do IBGE, a população de Goiânia é de 1,3 milhão de pessoas sendo que 655 mil pessoas se classificam como “pretas” ou “pardas” – contingente que equivale à população negra e que corresponde a cerca de 50% do total. A autarquia aponta que 54% dos habitantes do Brasil são negros.
O esforço para a extinção do racismo no País, especialmente em âmbito institucional, ganhou o reforço nesta semana com a posse de Anielle Franco do inédito Ministério da Igualdade Racial. A militante goiana Iêda Leal assumiu o cargo de Secretária de Gestão do Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial na pasta. O anúncio foi feito no próprio perfil pessoal em uma rede social.
“Ocuparei esse lugar na certeza que represento a coletividade, que é fruto de uma caminhada de luta contra o racismo no Brasil e no mundo. O movimento negro está preprarado para junto com o presidente Lula e o vice Alckmin a restabelecer o Estado democrático de direito e sem racismo onde mulheres negras, homens negros, juventude negra, comunidade LGBTQUIA= e não negros se sintam acolhidos (as) (es)”, publicou.