Ternium na ONU: empresa é acusada por desaparecimento de ativistas no México

ternium-na-onu3A-empresa-e-acusada-por-desaparecimento-de-ativistas-no-mexico

Ternium é denunciada na ONU pelo desaparecimento de ativistas

Empresa de mineração ítalo-argentina foi acusada de envolvimento com cartéis de narcotraficantes mexicanos

Um grupo de entidades de direitos humanos apresentou denúncia à Organização das Nações Unidas (ONU) contra uma empresa do Grupo Techint-Ternium pelo desaparecimento de dois ativistas no México.

A denúncia – protocolada cerca de um mês após o sumiço de Ricardo Lagunes Gasca (advogado de direitos humanos) e Antonio Díaz Valencia (líder indígena de Michoacán) – pede que o Grupo de Trabalho sobre Empresas e Direitos Humanos da ONU investigue a responsabilidade da siderúrgica Ternium no caso. A empresa tem operações de mineração na região de Aquila, uma pequena cidade mexicana no estado de Michoacán.

Os desaparecimentos de Gasca e Valencia ocorreram em meados de janeiro de 2023. Na última vez em que foram vistos, os dois tinham acabado de participar de uma assembleia com a comunidade local, em que se discutiu o contexto de conflitos devido à exploração mineral e à falta de pagamento de compensações por parte da Ternium.

O envolvimento dos cartéis de narcotraficantes com a mineração em território mexicano foi tema de extensa reportagem do OCCRP (Organized Crime and Corruption Reporting Project) em dezembro de 2024. O consórcio de jornalistas especializados em crime organizado e corrupção informou que mais de meia dúzia de pessoas que desafiaram as minas da Ternium foram sequestradas, assassinadas ou desapareceram nos últimos anos.

Conforme a OCCRP, a maior parte da área onde a Ternium opera é dominada pelo Cartel Jalisco Nova Geração, que o Departamento de Justiça dos Estados Unidos classificou como “uma das cinco organizações criminosas transnacionais mais perigosas do mundo”.

O Grupo Techint-Ternium também foi alvo de denúncias na Argentina em casos de corrupção e de questões ambientais, de direitos humanos e trabalhistas. Um documento com mais de 60 páginas destaca a influência significativa do grupo sobre o estado argentino para enfraquecer regulações e consolidar seu poder de mercado, afetando políticas públicas e o equilíbrio entre interesses privados e o bem público.

🔔Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp