Terremoto deixa mais de 200 mortos no México

As autoridades do México anunciaram que o balanço atualizado de vítimas do terremoto de 7,1 graus que sacudiu ontem (19) o país é de 217 mortos, sendo a maioria (86) na capital, Cidade do México.

Outras 71 pessoas morreram em Morelos, 43 em Puebla, 12 em Estado de México, 4 em Guerro e uma em Oaxaca, de acordo com o coordenador da Defesa Civil mexicana, Luis Felipe Puente. O tremor de terra aconteceu, coincidentemente, no aniversário de 32 anos de um devastador terremoto que deixou 10 mil mortos no México em 19 de setembro de 1985. Além disso, um outro sismo de 8,1 graus atingira o país há apenas duas semanas, no dia 7, deixando 98 mortos.
Várias cidades do México estão com os imóveis desabados, semáforos sem funcionar e destruição por toda parte.

A ANSA percorreu de carro a zona sul da Cidade do México e identificou caos no trânsito, com centenas de voluntários tentando colocar ordem nas ruas e tranquilizar as pessoas. Milhares de mexicanos estão caminhando pelas ruas em busca de ajuda, já que faltam meios de transporte. Várias ruas estão fechadas e as sirenes das ambulâncias não param de tocar. Alguns bairros da capital permanecem sem energia elétrica, afetando dois milhões de pessoas.

A Defesa Civil calcula que 44 prédios tenham desabado na Cidade do México, entre eles o de uma escola infantil, a Colegio Enrique Rebsamen, no bairro de Coapa. Ao todo, 20 crianças e dois adultos foram encontrados mortos nos escombros, e outras 30 estão desaparecidas. O presidente Enrique Peña Nieto ordenou que todos os hospitais públicos permaneçam abertos para atender a população e os feridos.

Alguns centros médicos privados também decidiram oferecer serviço emergencial gratuito. O mandatário sobrevoou durante a madrugada as zonas atingidas pelo terremoto. Há duas semanas, Peña Nieto está se dedicando às populações afetadas pelos sismos e, por isso mesmo, não participou da abertura da 72ª Assembleia Geral das Nações Unidas, ontem, em Nova York.

As informações são da Agência ANSA

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Tribunal Penal Internacional emite mandado de prisão contra Netanyahu e líder do Hamas por crimes de guerra

O Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu, nesta quinta-feira, 21, mandados de prisão internacional para o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, o ex-ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, e o líder do Hamas, Mohammed Deif, por supostos crimes de guerra e contra a humanidade.
 
Os mandados foram expedidos após o procurador do TPI, Karim Khan, ter solicitado a prisão deles em maio, citando crimes relacionados aos ataques do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023 e à resposta militar israelense em Gaza. O TPI afirmou ter encontrado “motivos razoáveis” para acreditar que Netanyahu e Gallant têm responsabilidade criminal por crimes de guerra, incluindo a “fome como método de guerra” e os “crimes contra a humanidade de assassinato, perseguição e outros atos desumanos”.
 
Netanyahu e Gallant são acusados de terem privado intencionalmente a população civil de Gaza de bens essenciais à sua sobrevivência, como alimentos, água, medicamentos, combustível e eletricidade, entre outubro de 2023 e maio de 2024. Essas ações resultaram em consequências graves, incluindo a morte de civis, especialmente crianças, devido à desnutrição e desidratação.
 
Mohammed Deif, líder militar do Hamas, também foi alvo de um mandado de prisão. O TPI encontrou “motivos razoáveis” para acreditar que Deif é responsável por “crimes contra a humanidade, incluindo assassinato, extermínio, tortura, estupro e outras formas de violência sexual, bem como crimes de guerra de assassinato, tratamento cruel, tortura, tomada de reféns, ultrajes à dignidade pessoal, estupro e outras formas de violência sexual”.
 
Os mandados de prisão foram emitidos para todos os 124 países signatários do TPI, incluindo o Brasil, o que significa que os governos desses países se comprometem a cumprir a sentença e prender qualquer um dos condenados caso eles entrem em territórios nacionais.
O governo israelense rejeitou a decisão do TPI, questionando a jurisdição do tribunal sobre o caso. No entanto, os juízes rejeitaram o recurso por unanimidade e emitiram os mandados. O gabinete de Netanyahu classificou a sentença de “antissemita” e “mentiras absurdas”, enquanto o líder da oposição, Yair Lapid, a chamou de “uma recompensa ao terrorismo”. O ex-primeiro-ministro israelense Naftali Bennett também criticou a decisão, considerando-a uma “vergonha” para o TPI.
O conflito na Faixa de Gaza, que se arrasta há mais de um ano, deixou milhares de mortos e devastou a região. A decisão do TPI simboliza um avanço na responsabilização por crimes graves, embora sua eficácia prática seja limitada, dado que Israel e os Estados Unidos não são membros do TPI e não reconhecem sua jurisdição.

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