Teste aponta que 50% do frango do fast-food não é frango

Escolhido como opção mais saudável no cardápio fast-food, o frango da lanchonete pode não ser exatamente o que você está pensando. Uma pesquisa feita no Canadá analisou o DNA da carne usada em diversos sanduíches e descobriu muitos ingredientes ali escondidos. A maior surpresa foi encontrada no Subway: cerca de metade do frango não era frango.

O estudo foi conduzido a pedido do programa de TV CBC Marketplace no laboratório da Universidade de Trent, no Canadá. Foram testadas aves de seis populares sanduíches de frango das cinco redes de fast-food mais conhecidas na região: McDonald’s, Subway, Wendy’s, Tim Hortons e A&W.

O pesquisador de DNA Matt Harnden explicou ao programa que um pedaço de frango não adulterado, comprado nos açougues ou supermercados, deve conter 100% de DNA do frango. Como molhos, temperos e o processamento da carne alteram este número, já se esperava que as amostras das lanchonetes não atingissem o nível máximo.

Na primeira rodada de testes, foram analisadas duas amostras de cinco produtos. De cada amostra, os pesquisadores dividiram e testaram pedaços menores, para depois chegarem aos valores médios de cada sanduíche. Segundo a pesquisa, a maioria deles teve média bem próxima de 100% (de 84,9 a 89,4%), mas os dois produtos do Subway (o frango em tiras e o sanduíche de frango assado) ficaram muito abaixo disso.

Os especialistas decidiram testar novamente as carnes do Subway e fizeram a biópsia de mais cinco amostras de cada um dos dois itens da rede. O veredito: no frango assado foi encontrado 53,6% de DNA de frango; nas tiras, apenas 42,8%. A maioria do DNA restante era de soja.

Em resposta aos resultados, o Subway do Canadá contestou os números e disse que os frangos da rede contêm 1% ou menos de proteína de soja. “Usamos este ingrediente para ajudar a estabilizar a textura e umidade. Todos os nossos itens de frango são feitos 100% de carne de frango”, afirmaram, em comunicado ao programa de TV.

UM FRANGO, 16 INGREDIENTES
Os resultados apontados na pelos pesquisadores mostraram que, em média, o frango de fast-food tem 25% menos proteína do que um frango comum e níveis de sódio muito elevados: de sete a dez vezes mais do que o normal.

Juntas, as amostras tinham 50 ingredientes em sua composição, o que dá uma média de 16 ingredientes para cada frango. Nessa lista entram até mel e cebola em pó, além de itens industrializados – mas todos seguros e aprovados para consumo humano, segundo os especialistas.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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