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Teste genético ajuda a identificar risco de câncer de mama

Última atualização 07/10/2021 | 15:09

A análise dos genes de uma pessoa diz muito sobre a individualidade de cada um. Informações como cor dos olhos, tendência à calvície ou mesmo o desenvolvimento de câncer podem ser percebidos por meio da análise. Com o avanço dos estudos sobre genes e hereditariedade, hoje em dia já é possível realizar exames que diagnosticam o risco de doenças genéticas. Para isso, utiliza-se a partir amostras simples de saliva ou sangue. A partir da observação de mudanças específicas herdadas (conhecidas como mutações) especialistas conseguem reconhecer possibilidades de desenvolvimento de doenças graves, incluindo o câncer de mama.

Conscientização

Na maioria das vezes, o exame genético é solicitado por algum médico, diante de cenários específicos. “O objetivo é investigar se existe alguma alteração em genes importantes relacionados ao desenvolvimento do câncer de mama que possa aumentar o risco de desenvolvê-lo”, explica a biomédica geneticista Dra. Thaís Cidália Vieira. A princípio, na prevenção do câncer de mama o teste é indicado para mulheres com histórico de câncer de mama ou ovário na família. Além disso, pacientes que já passaram pelo diagnóstico do câncer também podem precisar fazer o exame.

“Ele deve ser feito principalmente em alguns casos que exista um histórico familiar ou que o médico queira investigar a alteração genética para escolher a melhor conduta de tratamento, de forma mais específica”, esclarece a especialista.

Atualmente as análises genéticas são feitas com a quantidade de genes variando entre painéis de coleta. Nesse contexto, enquanto um deles pode ser observado para investigar o câncer de mama, também é possível avaliar a propensão do desenvolvimento de vários outros tipos de tumores. Dessa maneira, o teste genético serve como um auxiliar importante na prevenção e na otimização dos tratamentos médicos do câncer. Em alguns casos, o médico pode solicitar o exame mesmo em análises de rotina, para confirmar que não existe risco momentâneo.

Dra. Thais Cidália é biomédica geneticista, professora Universitária e Pesquisadora / Foto: acervo pessoal.

Legislação

No Brasil, a Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Câmara dos Deputados aprovou, em junho de 2021, uma proposta que obriga o Sistema Único de Saúde (SUS) a realizar testes genéticos para diagnóstico de predisposição ao câncer em mulheres com câncer de mama e de ovário, desde que identificado potencial de hereditariedade.

O texto também obriga o SUS a realizar testes genômicos tumorais para personalização do tratamento de pacientes com diagnóstico comprovado de câncer de mama e ovário, de acordo com determinação médica. Por meio de análise genética no tumor, ele permite identificar o melhor tipo de tratamento para cada paciente.

Em Goiás, desde 14 de janeiro de 2020 a Assembleia Legislativa já havia aprovado lei que dispõe sobre a realização do exame de detecção de mutações genéticas. No texto, o Estado determinava autorização do exame de detecção de mutação. Por meio de convênio com o SUS, são analisados os genes BRCA1 e BRCA2 em mulheres com histórico familiar de câncer de mama ou de ovário.

O exame pode ser requisitado por um médico geneticista, mastologista ou oncologista, desde que o paciente apresente laudo que comprove o histórico pessoal ou familiar de câncer de mama ou ovário.