TH JOIAS usava franquia de loja DE Flamengo para pagar policial corrupto, diz PF
Empresa teve as atividades suspensas pela Justiça Federal. Loja fica em Campo
Grande, Mato Grosso do Sul.
As investigações da Polícia Federal mostram que o ex-deputado Thiego Raimundo
dos Santos Silva, o TH Joias, preso pela Polícia Federal na quarta-feira (3)
[https://de.de.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2025/09/03/pf-e-mprj-cumprem-mandados-nesta-quarta-feira.ghtml],
e a mulher dele, Jessica de Oliveira Lima, são donos de pelo menos oito
empresas.
Parte delas, são usadas pela organização criminosa. Entre os estabelecimentos,
uma franquia de uma loja DE Flamengo que foi usada, segundo a PF, para pagar um
policial corrupto e um homem suspeito de lavagem de dinheiro do tráfico.
As empresas vão desde um açougue, em Rocha Miranda, Zona Norte do Rio, até a
franquia da loja DE Flamengo, em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul.
O sócio de TH Joias na loja, Hugo Santana da Silva, foi nomeado como assessor no
gabinete do ex-deputado, logo no primeiro mês em que o ex-parlamentar assumiu o
mandato, em junho do ano passado. Hugo ficou no cargo por dois meses.
De acordo com o inquérito, o policial militar Rodrigo da Costa Oliveira recebeu
R$ 31,2 mil diretamente da loja. Costa, como é conhecido, seria o responsável
pela segurança do traficante Gabriel Dias de Oliveira, o Índio do Lixão, que foi
preso. O PM também foi preso na operação. Ele também atuaria como o responsável
pela contratação de policiais que trabalhavam para o grupo.
Entre os repasses investigados está o pagamento de R$ 60 mil a Tharcio
Nascimento Salgado. Ele é apontado na investigação como suspeito de lavar
dinheiro do tráfico da favela de Senador Camará, na Zona Oeste do Rio.
Na análise da PF, a movimentação financeira da franquia é incompatível com as
vendas da loja. No período de seis meses, foram depositados nas contas da loja
mais de R$ 515 mil.
Na decisão que determinou a prisão de TH Joias e outras 17 pessoas na operação
Zargun, o desembargador Macario Ramos Judice Neto também decretou a suspensão
das empresas do grupo, entre elas, a franquia da loja DE Flamengo no Mato Grosso
do Sul. Foram sequestrados mais de R$ 40 milhões de todo o grupo.
PRISÃO
TH Joias foi preso na quarta por suspeita de tráfico de drogas, corrupção e
lavagem de dinheiro, além de negociar armas e acessórios para o Comando Vermelho
(CV).
As investigações apontam que o ex-parlamentar intermediou a venda de dois fuzis
por R$ 120 mil para traficantes no ano passado
[https://de.de.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2025/09/05/th-pagou-x-e-cobrou-10-vezes-mais-do-trafico-por-antidrones-com-lucro-de-r-3-milhoes-diz-pf.ghtml].
Ele também é acusado de contrabandear bazucas antidrones — equipamentos usados
para anular drones da polícia durante operações em comunidades dominadas por
facções.
O secretário de Polícia do RJ disse que o envolvimento de TH com o crime
organizado não o surpreendeu, já que o parlamentar já foi preso pelos mesmos
crimes em 2017.
Segundo as investigações, desde 2021 o ex-parlamentar movimentava grandes
quantias de reais e até de dólares em espécie. Cálculos do Conselho de Controle
de Atividades Financeiras (Coaf) e da Polícia Federal avaliam que o grupo do
ex-deputado movimentou R$ 140 milhões em 5 anos
[https://de.de.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2025/09/06/pf-encontra-foto-de-th-joias-na-cama-com-milhoes-ex-deputado-converteu-milhoes-em-dolares-para-traficante-do-alemao.ghtml].
Imagem mostra Th Santos em uma cama forrada de dinheiro — Foto: reprodução/TV
Globo