TH Jóias é o nome pelo qual o deputado estadual Thiego Raimundo dos Santos Silva é conhecido. Membro do MDB, ele foi eleito para uma cadeira na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro em 2024, após assumir como suplente devido à morte do deputado Otoni de Paula Pai. No entanto, a sua trajetória política está envolta em denúncias sérias de tráfico de drogas, corrupção, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. Recentemente, ele foi preso em uma operação conjunta da Polícia Federal, Polícia Civil e Ministério Público do Rio, acusado de utilizar o seu mandato na Alerj para favorecer o Comando Vermelho.
Nascido e criado no Morro do Fubá, na Zona Norte do Rio, TH é um ourives que seguiu os passos do pai, Juberto, na joalheria. Ele transformou o negócio da família em uma marca de ostentação que conquistou celebridades como Neymar, Vini Jr., Adriano Imperador, Ludmilla e MC Gui. Contudo, investigações posteriores revelaram que parte das peças confeccionadas por TH era de ouro roubado. Além disso, ele buscava ampliar sua influência financiando eventos sociais e apoiando projetos em favelas, sempre associado a uma imagem de empresário bem-sucedido e generoso.
Apesar de seu sucesso no ramo da joalheria, TH decidiu ingressar na política apoiado pelo MDB. Em sua campanha eleitoral, ele recebeu 15.105 votos em 2022 e, dois anos mais tarde, conquistou a vaga definitiva na Alerj. Porém, sua prisão recente evidencia o seu envolvimento em atividades criminosas, como a negociação de armas e drogas com facções rivais do estado. Ele é suspeito de intermediar negociações de armas com o Comando Vermelho e de utilizar o seu mandato para beneficiar a facção criminosa, nomeando aliados em cargos na Assembleia.
As investigações em andamento apontam para um esquema de corrupção que envolve não apenas TH, mas também a liderança do Comando Vermelho no Complexo do Alemão, agentes políticos e públicos, incluindo um delegado da PF, policiais militares, ex-secretário municipal e membros da Alerj. A organização é acusada de infiltrar-se na administração pública em busca de impunidade e acesso a informações sigilosas, além de importar armas e equipamentos antidrone. Os investigados podem responder por uma série de crimes, como organização criminosa, tráfico internacional de armas e drogas, corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro.
Mesmo com as sérias acusações e o histórico criminal, TH conseguiu se manter ativo na política e garantir o seu mandato na Alerj. No entanto, a sua prisão recente demonstra a gravidade dos crimes dos quais é acusado e a extensão do seu envolvimento com facções criminosas. O caso de TH Jóias serve como um lembrete do quanto é importante a transparência e a integridade dos representantes eleitos, bem como a necessidade de uma fiscalização rigorosa para evitar que indivíduos com interesses obscuros ocupem cargos públicos.