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The Last of Us: A obra-prima pós-apocalíptica

Última atualização 07/10/2021 | 09:53

O ano de 2013 foi excelente para os fãs de videogame. Jogos como “Grand Theft Auto V”, “Assassin’s Creed IV: Black Flag”, “Tomb Raider” e “Bioshock Infinite” abalaram as estruturas do gênero, com também “The Last Of Us, que tem chamado bastante atenção. Uma obra pós-apocalíptica recheada de criaturas semelhantes a zumbis e uma imersão fora do comum.

Competir com a franquia GTA não é algo fácil, mas The Last of Us conseguiu essa façanha. No British Academy Games Awards, D.I.C.E. Awards, Game Developers Choice Awards e SXSW Gaming Awards, “TLOU” desbancou GTA V, que saiu triunfante no Golden Joystick Awards e Spike Video Games Awards, entre as premiações principais. Mas como The Last of Us conseguiu tamanho sucesso? Qual é o charme do jogo?

Fungos, ação e drama

The Last of Us não é somente mais uma história pós-apocalíptica. O enredo acompanha os passos de Joel Miller, um carrancudo homem que sofre uma perda dura e, 20 anos depois, vive em quarentena após o mundo ter sido atingido por um fungo chamado Cordyceps, que transforma as pessoas em seres agressivos e violentos, em diferentes estágios de transformação. Em determinado momento, Joel deixa o isolamento e seu caminho se cruza com o de Ellie, uma garota de 14 anos que possui imunidade contra os fungos e pode ser a chave para a salvação do mundo.

O jogo vendeu mais de 20 milhões de cópias em todo o mundo, se tornando um dos games mais vendidos da história. Foto: Reprodução/ Naughty Dog

Nos últimos anos, o mundo do entretenimento vem apostando muito em tramas pós-apocalípticas. No mesmo ano de 2013, estreou o filme “Guerra Mundial Z”, estrelado por Brad Pitt e dirigido por Marc Foster, que também aborda uma história de sobrevivência entre criaturas sedentas por sangue. O que diferencia The Last of Us de outros títulos do gênero é, primeiramente, a sua imersão. O jogo está longe de ser apenas uma matança de pretensos zumbis. Na realidade, ele possui um roteiro dramático ambientado em um local hostil.

Joel é um forte protagonista, bruto por conta das perdas que sofreu. A sua casca esconde uma personalidade sensível, a qual vai sendo descoberta aos poucos pelo jogador. O personagem é um homem comum, transformado pelas circunstâncias horríveis que precisou passar. Ellie segue uma lógica parecida, pois é uma adolescente que nunca teve a chance de ser inocente, de aproveitar as ingenuidades da infância. As personalidades dos dois, embora conflitantes, se encaixam perfeitamente ao longo dos acontecimentos.

O jogo faz com que sintamos cada parte dessas nuances. O desenvolvimento de personagens não apenas dos dois principais, mas também dos secundários, é invejável e faz com que aquele universo fictício pareça pulsante, real. Segundo o “Eurogamer”, o jogo começa seguro e termina corajoso; possui coração e bravura, e tudo se encaixa belamente. O site especializado, inclusive, deu nota máxima para o jogo, um sólido 10/10.

A gameplay também é incrivelmente divertida. O jogador tem a oportunidade de resolver os conflitos de forma sorrateira, assim como sair atirando para todo lado na tentativa de derrotar os inimigos, tanto os infectados quanto os humanos em condições normais. O estilo único de The Last of Us fez com que o jogo vendesse mais de 20 milhões de cópias em todo o mundo, se tornando um dos games mais vendidos da história – isso considerando que ele é exclusivo do PlayStation, não aproveitando o mercado de PC e Xbox.

A sequência polêmica

Em 2014, um ano após o lançamento do primeiro jogo, a Naughty Dog tornou disponível uma DLC chamada “Left Behind”, e então começou a desenvolver “The Last of Us: Parte II”, que viria a estrear seis anos depois. O game sofreu bastante com críticas negativas antes mesmo de seu lançamento, devido à presença de personagens não-heterossexuais em postos de principais. No entanto, a crítica especializada aclamou o título, que se tornou o mais premiado da história com 340 prêmios de Melhor Jogo do Ano, segundo o NDGame.

O segundo jogo se passa cerca de cinco anos após o primeiro, com uma mudança importante na gameplay: agora, nós controlamos mais a Ellie do que o Joel. A trama envolve traições, sangue, diferentes perspectivas e muita imersão, culminando em uma das experiências mais intensas no mundo dos games. O enredo foge do padrão em diversas ocasiões, o que causou certas controvérsias entre alguns fãs.

A chegada da HBO

No final do ano passado, foi confirmada a informação de que a HBO transformaria a história de The Last of Us em uma série com dez episódios. Posteriormente, o ator Pedro Pascal, de “Narcos” e “The Mandalorian”, foi escalado como Joel, enquanto Bella Ramsey, de “Game of Thrones”, foi selecionada como Ellie. Gabriel Luna, de “Agents of S.H.I.E.L.D.”, viverá Tommy, o irmão mais novo de Joel.

A produção deve ser a mais cara da história da televisão canadense. De acordo com a emissora CTV News, o orçamento total ultrapassará os 100 milhões de dólares, o equivalente a cerca de R$ 520 milhões atualmente. O roteirista Neil Druckmann, presente também no jogo, participará do seriado ao lado de Craig Mizan, de “Chernobyl”. O argentino Gustavo Santaolalla, que possui duas estatuetas do Oscar de Melhor Trilha-Sonora pelos filmes “Brokeback Mountain” e “Babel” e compôs as músicas do jogo, também estará envolvido.

Na última segunda-feira (27), a HBO divulgou a primeira imagem oficial de Pedro Pascal e Bella Ramsey, aumentando a expectativa pela estreia da obra.

A série de The Last of Us ainda não tem data de lançamento definida, mas deve estrear no segundo semestre de 2022.

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