Themônias da Amazônia brilham na ‘Revoada Drag’ em parada artística na França

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Movimento LGBTQIA+ de Belém, Themônias fazem ‘revoada’ drag em parada artística na França

Dezoito artistas se apresentam em duas importantes cidades, Lille e Paris, durante a parada artística que abre o circuito cultural francês.

1 de 2 Themônias levam arte drag da Amazônia para a França. — Foto: Ana Paula Gomes

Themônias levam arte drag da Amazônia para a França. — Foto: Ana Paula Gomes

Dezoito artistas do movimento paraense Themônias desembarcaram na França para programação intensa na “LILLE 3000 Parade”, uma parada artística que marca o início do circuito cultural francês, onde Lille será a capital da cultura na França.

O projeto ganhou o nome de “Revoada das Themônias na França”, realizando apresentações em duas importantes cidades francesas: Lille e Paris.

” Fomos bem recebidas pelo povo francês, muitas conexões, diálogos com a imprensa. Trouxemos um pouco da nossa cultura e diversidade, mudando esteriótipos da Amazônia mostrando que é negra, indígena e tem muita arte”, disse Gabriela luz, artista visual e Themônia.

Em Lille, o cortejo percorreu as ruas do centro da cidade, com direito a carro aberto, performances e uma ala de 100 pessoas vestidas pela artista e Themônia Uhura Bqueer.

Um ato-performance chama atenção para as problemáticas da Amazônia, a importância da floresta e do debate sobre as mudanças climáticas. As artistas se apresentão também no Théâtre du Nord, onde compartilham produções, linguagens e a força do movimento amazônico com o público francês.

” O que fica desse cortejo é a importância da visibilidade e a valorização da Amazônia brasileira, uma amazônia destruída e apagada que hoje grita para o mundo sua potência política mostrando para a França um Brasil ancestral e LGBTQIAPN+”, explica Rafa Bqueer, artista visual e drag Themônia.

Já em Paris, a revoada aterrissa no tradicional Cabaret Madame Arthur, fundado em 1946, um dos espaços mais simbólicos de resistência LGBTQIAPN+ da cidade e faz uma temporada de performances individuais e coletivas criadas em parceria com o elenco local.

” Uma das coisas que mais me marcaram foi a interação e o olhar das crianças, considerando que nós já passamos por diversas situação de intolerância poder ver o brilho nos olhos de crianças e adultos diante da nossa presença”, comenta Cedric Ramos, tradutor e drag Themônia.

Revoada de Drags

2 de 2 Drags da Amazônia fazem revoada em Paris, na França. — Foto: Ana Paula Gomes

Drags da Amazônia fazem revoada em Paris, na França. — Foto: Ana Paula Gomes

A “Revoada” reúne montações drag inspiradas na diversidade dos pássaros amazônicos ameaçados de extinção, assim como do imaginário e cultura, trazendo a importância da preservação ambiental e as consequências da exploração.

Para a Themônia Uhura Bqueer, evidenciar a potência cultural, social e artística da Amazônia para o mundo, é o legado que querem deixar após este evento.

” Queremos provocar o debate sobre a preservação ambiental a partir da valorização dos povos da floresta, suas culturas e seus ecossistemas. Para manter a floresta em pé, é preciso fortalecer quem vive nela”, afirma.

O convite para a jornada internacional partiu do galerista e curador Ricardo Sardenberg, como parte das ações do Ano Brasil-França, articuladas pelo Ministério da Cultura (MinC), com organização da Associação das Themônias da Amazônia (ASCULTA), com produção executiva de Gabriela Luz e do Liah Ribeiro.

A equipe de 20 artistas se divide nas áreas de curadoria, produção, comunicação, identidade visual e outras frentes do projeto.

Para a artista-pesquisadora e arte-educadora, Gabriela Luz, fazer parte da programação e representar o movimento é importante para as discussões atuais, não só para debater os interesses de uma Amazônia resiliente, mas dar voz às artistas que carregam essa bandeira.

” Temos a arte para além de uma profissão, mas como lugar de resistência e resignação de violências, produções que abordam temáticas para além de nossas vivências de gênero e sexualidade, mas como forma de discutir e repensar a sociedade”, comenta.

Entre os nomes da cena artística e cultural do Pará estão: Uhura Bqueer, Tristan Soledad, Sarita Themônia, Brigitte Liberté, Flores Astrais, Skyssime, Shayra Brotero, Xirleytão, Mila Milambe, Yndjah, Cedric, Johan, Alexia Turner, Rubi da Bike, Monique Lafon, Condessa de Devonriver e Anne Pereira.

A parceria com o Cabaret Madame Arthur também prevê um intercâmbio cultural, após a temporada em Paris.

Artistas do cabaré devem se apresentar no segundo semestre de 2025 em diferentes cidades do Brasil, ao lado das Themônias. ” Nós somos um movimento plural e diverso, que nasce e cresce na Amazônia paraense, mas que sonha e ocupa o mundo inteiro. Queremos mostrar que a arte feita por pessoas LGBTQIAPN+ dissidentes de gênero, raça e classe merece espaço, valorização e dignidade”, explica Gabriela.

As apresentações estão sendo transmitidas pelas redes sociais, no perfil @asthemonias no Instagram.

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