Um aluno de escola paulista revelou recentemente se identificar como um cachorro, o que o coloca na categoria dos “therians”. Essa é mais uma novidade peculiar do mundo animal do século XXI, que tem desafiado conceitos estabelecidos, como os da psicanálise de Freud. A aceitação desse comportamento na escola, por exemplo, reflete uma busca por respeito à diversidade e inclusão. Esse aluno é parte de um grupo de pessoas que se identificam como animais e buscam viver de acordo com essa identidade, como é o caso dos therians.
Os therians são pessoas que acreditam possuir uma conexão profunda com uma determinada espécie animal, a ponto de se sentirem parte dela e apenas “presas” dentro de corpos humanos. Existem therians cachorros, gatos, lobos, raposas e diversos outros animais, mas sempre dentro de um contexto de bichos associados ao charme da burguesia. A peculiaridade desse fenômeno se estende para além do aluno da escola paulista, visto que existem vídeos e relatos de therians em diversos locais do mundo, como uma estação de trens em Berlim.
O surgimento dos therians desafia conceitos estabelecidos, levantando questões sobre afecções mentais, identidade e até mesmo espiritualidade. Alguns os consideram como pessoas “trans-espécies”, em uma tentativa de explicar a complexidade desse fenômeno. Essa identificação como animais remete, de certa forma, à antiga crença da metempsicose, presente nas doutrinas egípcias e gregas, onde o espírito poderia reencarnar em formas animais.
Apesar das controvérsias e da incredulidade em torno dos therians, eles continuam a ganhar visibilidade, especialmente nas redes sociais. Os vídeos e relatos dessas pessoas que se identificam como animais reforçam a diversidade e complexidade do mundo contemporâneo. No entanto, a questão permanece em aberto, gerando debates e reflexões sobre identidade, espiritualidade e saúde mental.
A presença dos therians na sociedade contemporânea representa um desafio para as estruturas estabelecidas, trazendo à tona questões profundas sobre a natureza humana e a relação com o mundo animal. A aceitação e compreensão dessas identidades peculiares exigem uma abordagem sensível e respeitosa, reconhecendo a diversidade como parte essencial da experiência humana. Enquanto o fenômeno dos therians continua a despertar curiosidade e perplexidade, ele também nos convida a refletir sobre o que significa ser humano em um mundo cada vez mais complexo e diverso.