Última atualização 12/08/2022 | 08:14
Uma história de amor inusitada que mais parece um roteiro de filme de romance. Assim, a jornalista e influenciadora digital brasileira, Sindy Guimarães Mohammed, de 30 anos, descreve o relacionamento de quase oito anos com o marido, o empresário indiano Hamza Mohammed, de 28 anos.
Tudo começou em maio de 2014, quando o indiano Hamza viu, ao acaso, e comentou a hashtag #nerd, em foto postada por Sindy em uma rede social. A partir daí a relação foi evoluindo até o matrimônio em 2015. Hoje, a mulher mora com o marido e os dois filhos, de 3 anos e 10 meses, em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.
Mas, calma lá que a história tem que ser contada direitinho. Era maio de 2014, quando Sindy, que até então cursava jornalismo na Universidade Federal de Goiás (UFG), postou foto em um ponto de ônibus com a camiseta de um gato. Até aí tudo bem, mas, foi justamente essa foto que chamou a atenção de Hamza, que não perdeu tempo e resolveu comentar a postagem da futura esposa.
“O comentário dizia em inglês ‘você é tão linda’. Quando entrei no perfil dele, não tinha muitas fotos. Acho que foi isso que me atraiu, já que havia muitas fotos de arte que ele pintava e de paisagem. Isso chamou muita atenção. Eu respondi em inglês ‘acho que não, mas obrigado’. Então comecei a curtir algumas fotos e ele também curtiu”, contou.
Primeiro encontro entre a goiana e o indiano
Depois de conversas e troca de curtidas nas redes sociais, a jornalista e o empresário resolveram se conhecer pessoalmente em outubro do mesmo ano, cinco meses depois do primeiro contato. Ansiosa, Sindy pegou o avião até os Emirados Árabes Unidos para conhecer o futuro marido, que muito esperto, a esperou no aeroporto, com um buquê de rosas, chocolates e petiscos.
“Eu o vi de rabo de olho e ele se escondeu atrás de uma pilastra. Ele tinha acabado de fazer 20 anos. Ele disse que estava morrendo de vergonha e me achou ainda mais bonita pessoalmente. Eu não esqueço nunca do abraço meio desconsertado no aeroporto. Demos um selinho no carro, parecia coisa de filme da Sessão da Tarde. Depois daquilo, deslanchou! Sempre fomos melhores amigos. A Netflix está perdendo esse roteiro”, brincou.
Volta ao Brasil
Depois de 20 dias, a jornalista voltou ao Brasil para escrever o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC). No entanto, o empresário não conseguiu ficar longe da amada e, então, decidiu vir a Goiás acompanhá-la. Sindy contou que Hamza passou o restante de 2014 com ela, mas que precisou enfrentar grandes desafios em um local desconhecido.
O empresário, inclusive, deixou a Porshe em Dubai e se aventurou nas linhas de ônibus 268 e 270 todos os dias até a UFG, onde a jornalista estava prestes a terminar a faculdade. Mas, o esforço de Hamza gerou frutos, já que foi a persistência dele em ficar ao lado da futura esposa que encantou a família de Sindy.
“A gente sempre brincava que nos filmes da Sessão da Tarde a princesa patricinha que vai levar uma vida de pessoa comum por causa do amor da vida dela. No meu caso foi o contrário, como se o príncipe indiano resolvesse descer do pedestal de majestade para viver uma vida como ele nunca tinha vivido antes, só para viver uma história de amor”, contou.
Barreiras
Porém, como nem tudo são flores, o casal precisou superar muitas barreiras, principalmente o preconceito contra Hamza devido à religião dele. A jornalista narrou que até na faculdade ela ouviu piadas xenofóbicas vindas de colegas e professores.
Hoje, conforme Sindy, o maior preconceito que ela sofre vem dos próprios brasileiros. No país árabe, ela relata que teve apenas dificuldades relacionadas à adaptação da vida no exterior, como novos costumes, vestimentas, alimentação e rotina.
“Eu sou muito mais abraçada do que ele foi no Brasil. Eu acho que ele sofre mais do que eu. Os muçulmanos são bastante tolerantes com as diferenças porque é assim que eles querem ser tratados, eles precisam dessa tolerância de volta. Eu escuto até hoje coisas de pessoas que querem ‘me salvar’, que torcem pro ruim acontecer, que falam que eu vou apanhar. Ele me deu uma liberdade que eu não tinha quando morava no Brasil. Tenho liberdade de usar, vestir e ir onde eu quiser”, concluiu.