Tiro com arco: Brasil fatura vaga de duplas mistas na estreia em Paris

Primeiros atletas brasileiros a estrear na Olimpíada de Paris, os arqueiros Marcus Vinícius Almeida e Ana Luiza Caetano somaram pontos suficientes na fase classificatória (ranqueamento) para assegurarem presença do país na disputa de duplas mistas do tiro com arco. Número 1 do ranking mundial, Marcus somou 673 pontos no arco individual (17º lugar) e Ana Luíza 660 pontos (19º ) nas provas realizadas na Esplanada des Invalides A dupla nacional ficou na 10ª posição entre as 16 que disputarão as mistas.

“O principal era classificar a equipe mista, que foi o que a gente fez. Agora é seguir o plano, intensificar os treinamentos também para o misto. Estamos prontos, sabemos o que precisamos fazer na hora. Agora é ter calma e trabalhar bem até o dia da prova”, projetou Marcus, que competiu à tarde quando os termômetros em Paris mostravam 35 graus.

No início deste ano, Marcus D’Almeida, nascido em Maricá (RJ), foi eleito o melhor arqueiro do mundo de 2023,  pela World Archery, a federação internacional da modalidade. Nesta quinta (25) em Paris, além do calor, Marcus driblar também a instabilidade do vento, que variou de forma lateral e frontal, segundo ele. Das 72 flechas que disparou , sete foram direto ao alvo e 28 na área dos 10 pontos. Também acertou 34 vezes na zona dos nove pontos e só três na de oito pontos. Em primeiro lugar no ranqueamento ficou o sul-coreano Kim Woojin, com 686 pontos.

2024.07.25 - Jogos Olímpicos Paris 2024 - Tiro Com Arco - A atleta Ana Luiza em ação na fase de ranqueamento das Olimpíadas. - Foto: Miriam Jeske/COB
 Ana Luiza Caetano disputará as eliminatórias das duplas mistas ao lado de Marcus D’Almeida no próximo dia 2 de agosto, a partir das 5h46 (horário de Brasília – Miriam Jeske/COB/Direitos Reservados

Na próxima terça (30), Ana Luíza competirá na disputa individual feminina a partir das 7h (horário de Brasília) e Marcus na masculina com início às 8h (horário de Brasília). As eliminatórias das duplas mistas ocorrerão a partir das 5h46 de 2 de agosto.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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