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Tiroteio na Barra da Tijuca: execução de médicos pode ter sido engano

Última atualização 05/10/2023 | 15:07

Os três médicos que foram executados em um tiroteio ocorrido na orla da Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro, podem ter morrido por engano. É o que aponta a principal linha de investigação da polícia. Um quarto homem encontra-se hospitalizado. As vítimas eram de São Paulo e estavam hospedadas no Hotel Windsor da Avenida Lúcio Costa, onde participavam do 6º Congresso Internacional de Cirurgia Minimamente Invasiva do Pé e Tornozelo.

Segundo informações obtidas pela TV Globo, o verdadeiro alvo do ataque seria um filho de um miliciano da região de Jacarepaguá, que possuía características físicas semelhantes a um dos médicos presentes no local. Entretanto, outras linhas de investigação ainda estão sendo exploradas pela Delegacia de Homicídios.

Os investigadores acreditam que o crime não foi planejado com antecedência, sugerindo que os criminosos receberam informações sobre a suposta vítima e decidiram agir imediatamente. Isso é sustentado pelo fato de um dos assassinos estar vestindo bermuda, o que é incomum em casos de execuções planejadas, enquanto os outros estavam de camisas e calças escuras, sem cobrir seus rostos.

O Departamento de Homicídios da Polícia Civil já mobilizou equipes para a investigação, com o objetivo de reconstituir o trajeto do veículo utilizado no crime. A polícia acredita que se trata de uma execução, já que nada foi roubado no local, e os criminosos chegaram disparando sem proferir palavras. Testemunhas relataram que os bandidos não se comunicaram verbalmente durante o ataque.

Capturado por câmeras de segurança mostraram o momento em que três criminosos saem de um carro na Avenida Lúcio Costa, durante a madrugada de quinta-feira, e atacam os médicos em um quiosque. O vídeo revela que o crime ocorreu às 0h59 e durou menos de 30 segundos. assim que o veículo encosta na pista ao lado da ciclovia, os criminosos descem, correm na direção das vítimas e efetuam pelo menos 33 disparos. Os homens chegaram a fazer uma selfie antes de serem mortos.

Quem eram?

Diego Ralf Bomfim, 35 anos, um dos médicos mortos, era irmão da deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP) e cunhado do também deputado federal psolista Glauber Braga (RJ). As autoridades ainda não confirmaram se o crime tem motivações políticas.

Além de Diego, os outros dois médicos mortos foram identificados como Marcos de Andrade Corsato, 62 anos, e Perseu Ribeiro Almeida, 33 anos. O sobrevivente, Daniel Sonnewend Proença, 32 anos, foi levado para o hospital com ferimentos, mas seu estado é estável.

Os deputados Sâmia Bomfim e Glauber Braga divulgaram uma nota conjunta em que expressam sua devastação pelo assassinato de Diego Ralf Bomfim e pedem uma investigação profunda para esclarecer as motivações do crime. O ministro da Justiça, Flávio Dino, determinou que a Polícia Federal acompanhe a investigação devido à proximidade de uma das vítimas com a parlamentar.

Leia abaixo a íntegra da nota:

Hoje acordamos com a notícia estarrecedora do assassinato de Diego Ralf Bomfim, irmão da companheira e deputada federal Sâmia Bomfim, e mais dois médicos que estavam com ele, Marcos de Andrade Consato e Perseu Ribeiro Almeida. Nos solidarizamos com todos os familiares de todas as vítimas desse crime bárbaro.

Queremos agradecer todas as mensagens de solidariedade e apoio, que vieram de todos os lugares. Evidentemente, Sâmia está devastada nesse momento terrível de perda e dor, assim como o seu companheiro Glauber Braga, que a acompanha neste momento.

Pelas imagens divulgadas pela imprensa, tudo indica que se trata de uma execução. Exigimos imediata e profunda investigação para descobrir as motivações do crime, assim como a identificação e prisão dos executores.

Já pedimos ao ministro da Justiça, Flávio Dino, o acompanhamento do caso pela Polícia Federal e estamos formalizando a solicitação com o ministério.

Fernanda Melchionna,
delegada por Sâmia Bomfim e Glauber Braga