TJ reduz pena de namorado condenado por matar médica encontrada nua dentro de mala
O Tribunal de Justiça reduziu de 31 para 25 anos de prisão em regime fechado a condenação de Davi Izaque Silva pelo assassinato da médica Thallita da Cruz Fernandes, encontrada nua dentro de uma mala em um apartamento em agosto de 2023, em São José do Rio Preto (SP).
A sentença em primeira instância, da juíza Gláucia Véspoli dos Santos, foi emitida no dia 22 de abril deste ano após o júri popular. O homem foi condenado por homicídio quadruplicado, feminicídio, meio cruel, recurso que dificultou a defesa da vítima e motivo torpe, além de tentativa de ocultação de cadáver.
A defesa do condenado recorreu pedindo a anulação do julgamento por ser contrário às provas do processo e pediu o afastamento das qualificadoras. Na decisão, emitida em outubro deste ano, os desembargadores mantiveram a condenação, mas entenderam que a juíza aplicou agravantes em duplicidade.
No caso, a juíza considerou em sua sentença, como agravantes da pena, o fato de Davi ter entortado a faca usada no crime e ter impedido a defesa e fuga de Thallita.
Porém, os desembargadores entenderam que os critérios já foram usados pela Justiça para enquadrar o crime como qualificado por meio cruel e por dificultar a defesa da vítima. Logo, esses mesmos elementos não poderiam ser novamente considerados para aumentar a pena, evitando uma punição repetida.
Investigações policiais apontaram que Thallita e Davi mantinham um relacionamento amoroso e moravam juntos no apartamento dela, no bairro Redentora. Na ocasião, o casal discutiu e a vítima disse que queria terminar o relacionamento. Inconformado, Davi começou a esfaquear a namorada, no rosto e no pescoço, enquanto ela dormia.
Após o crime, Davi tentou ocultar o corpo da vítima colocando-o em uma mala, mas não conseguiu fechá-la após o zíper quebrar. Ele fugiu do local e foi identificado pelas câmeras de segurança saindo do prédio. O laudo necroscópico revelou que Thallita morreu de hemorragia aguda. O condenado confessou o crime e alegou ter usado drogas antes do assassinato.
A triste história de Thallita da Cruz Fernandes chocou a cidade de São José do Rio Preto e levou à condenação de seu namorado, Davi Izaque Silva. A redução da pena em instância superior gerou controvérsias, mas a justiça prevaleceu. O caso serve como alerta sobre a importância do combate à violência contra a mulher e a busca pela punição adequada de criminosos.




