Torcedores do Arsenal protestam trocando patrocinador por bairro rival: “Qualquer coisa seria melhor”

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Torcedores do Arsenal trocam nome de patrocinador para bairro de rival em protesto: “Qualquer coisa seria melhor”

O grupo “Gunners For Peace” critica o acordo do clube inglês com o governo DE Ruanda, acusado de participar diretamente de um conflito sangrento com a República Democrática do Congo. Um grupo de torcedores do Arsenal encontrou uma forma criativa de pedir a saída de um dos patrocinadores do clube. Ruanda, país da África, gera cerca de R$ 70 milhões anuais ao Arsenal para ocupar as mangas da camisa do time e é acusado de financiar um grupo rebelde responsável por um conflito sangrento com a República Democrática do Congo. O grupo “Gunners For Peace” trocou o “Visit Rwanda” por “Visit Tottenham”, rival do Arsenal.

O patrocínio de Ruanda começou em maio de 2018, foi renovado em 2021, e hoje rende 10 milhões de libras por ano (R$ 72 milhões) ao Arsenal para estampar “Visit Ruanda” na camisa. O Rwanda Convention Bureau, departamento de governo, se tornou o primeiro parceiro oficial de manga do clube, com o objetivo de aumentar o turismo para o país. A logo também é exposta em jogos no estádio do time, em Londres. Muitos torcedores do Arsenal, porém, preferem não olhar apenas para o dinheiro. O grupo rebelde M23, que recebe apoio direto do governo DE Ruanda segundo especialistas da Organização das Nações Unidas (ONU), tomou o controle da cidade DE Goma, a maior do leste da República Democrática do Congo, com mais de um milhão de habitantes.

Há relatos de estupros, assassinatos, pessoas queimadas vivas, saques e tiroteios. A ONU classificou a violência como “verdadeiramente inimaginável”. O grupo de torcedores Gunners For Peace encontrou uma forma criativa de protestar contra o patrocinador do Arsenal, e trocou o “Visit Rwanda” por “Visit Tottenham”, e mostra as belezas do bairro do rival em vídeo. — Arsenal é um ótimo clube. Temos padrões. É por isso que o Visit Rwanda precisa acabar. Este é o mesmo regime que financia uma milícia brutal com milhares de vítimas no leste do Congo. Achamos que qualquer coisa — literalmente qualquer coisa — seria melhor do que o Visit Rwanda. Até o Tottenham — publicou a conta do grupo.

Queremos que a diretoria cancele o acordo a tempo para a próxima temporada. Agora que estamos recebendo jogos regulares da Champions League, deve haver uma fila de patrocinadores prontos para assumir o lugar de Ruanda, e isso enviaria uma ótima mensagem de que algumas coisas são mais importantes do que dinheiro. Estamos em contato com os torcedores do Arsenal no Congo que se recusam a vestir a camisa até que este patrocínio termine. Esta campanha é para eles — disse James Turner, líder do Gunners For Peace. O patrocínio de 10 milhões de libras pode parecer muito, mas na realidade é pouco dentro dos quase 600 milhões de libras (R$ 4,3 bilhões) que o Arsenal fatura por ano. Isso gera ainda mais questionamentos sobre o retorno do “Visit Rwanda” para a marca do clube. O Reino Unido financia anualmente 32 milhões de libras, ou cerca de R$ 229,9 milhões, em ajuda ao governo de Ruanda. O montante destinado ao Arsenal é o equivalente a 31% disso. O patrocínio de um dos países mais pobres do mundo, com um governo cada vez mais autoritário, a um dos clubes mais ricos da Inglaterra é outro ponto de crítica.

O presidente DE Ruanda, Paul Kagame é torcedor declarado do Arsenal. Ele comemorou recentemente no X (antigo Twitter) a vitória DE goleada por 5 a 1 sobre o Manchester City, no Campeonato Inglês.

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