O que os torcedores fazem para burlar a vigilância da polícia e programar brigas em jogos dos times do Rio
Investigação da Draco mostra que criminosos se infiltraram em torcidas para a prática de crimes. Levantamento mostra que brigões da Torcida Jovem do Vasco chegaram a ser agredidos por traficantes da comunidade do Sapo ao brigarem com integrantes da Jovem Fla, em maio de 2025.
De acordo com as autoridades policiais, a vigilância das polícias Civil, Militar e do Ministério Público estadual do Rio levou alguns integrantes das torcidas organizadas de grandes clubes do Rio a criar estratégias para agendar brigas e escapar do cerco das autoridades. Os métodos foram descobertos na investigação Pax Stadium da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) e que cumpriu 39 mandados de busca e apreensão expedidos pelo Juizado Especial do Torcedor e dos Grandes Eventos, do Tribunal de Justiça do RJ.
Recentemente, a Polícia Civil do RJ realizou ações para conter a violência nos estádios. Na quinta-feira (18), ocorreu a Pax Stadium. Já no sábado (20), o presidente da Torcida Jovem do Flamengo e mais 7 foram presos por envolvimento na morte de vascaíno, em 11 de setembro passado.
As estratégias adotadas pelos brigões incluem marcar confrontos longe dos estádios, como na Zona Oeste do Rio ou em São Gonçalo, na Região Metropolitana do RJ, agendar brigas em grupos de aplicativos de mensagens ou redes sociais fechadas, e evitar marcar confrontos nas redes sociais das torcidas.
Dessa forma, os supostos torcedores se aproveitam da dificuldade de controle das autoridades para entrar nos estádios e adquirem ingressos para os jogos sem impedimentos. A operação contra torcidas organizadas revelou ainda que criminosos utilizavam códigos em redes sociais para marcar brigas.
A violência entre torcidas foi destacada em um confronto descoberto por policiais do Batalhão Especializado em Policiamento de Estádios (Bepe), da Polícia Militar do Rio de Janeiro. A briga aconteceu, de acordo com o Bepe, pouco mais de 4 meses atrás, em 7 de maio.
No relatório enviado pela Draco à Justiça do Rio, os investigadores listaram diversos conflitos entre integrantes de torcidas organizadas desde 2024, mostrando a prática criminosa de alguns desses grupos. Conflitos como agressões, roubos e homicídios foram citados nos intermináveis registros de tumultos entre torcedores.
É importante destacar que a segurança nos estádios é uma questão central, e a investigação da Draco revelou um cenário alarmante de crimes envolvendo integrantes de torcidas organizadas. A polícia realizou mandados de busca e apreensão contra os envolvidos, buscando coibir a prática de crimes e garantir a segurança dos torcedores.
Na última semana, infelizmente, ocorreram mortes relacionadas a conflitos entre torcedores no Rio, incluindo agressões, atentados a tiros e outras formas de violência. A atuação da polícia se mostrou essencial para conter esses episódios lamentáveis e garantir a ordem nos eventos esportivos.
Nesse contexto de violência e crimes entre torcidas, é fundamental que as autoridades ajam com rigor e eficácia para coibir essas práticas nocivas e garantir a segurança dos torcedores e da população em geral. Ações como a Pax Stadium são essenciais para combater a violência nos estádios e prevenir novos episódios trágicos envolvendo torcidas organizadas. A sociedade precisa se unir no combate a essas práticas criminosas que maculam o esporte e colocam vidas em risco.