Instalada na semana passada em frente à sede da Bolsa de Valores, no centro de São Paulo, a estátua do ”Touro de Ouro” foi retirada na noite desta terça-feira (23).
A remoção aconteceu horas depois da CPPU (Comissão de Proteção à Paisagem Urbana), o órgão vinculado à Secretaria de Urbanismo e Licenciamento da prefeitura da capital paulista, concluir que a estátua é uma peça publicitária, e não ter obtido a autorização necessária. O placar de votação foi de cinco votos a quatro, com uma abstenção.
A escultura do ”Touro Dourado” foi inaugurada pela Bolsa de Valores brasileira na última terça-feira (16). O monumento é uma réplica do Touro de Wall Street, instalação em bronze do distrito financeiro de Nova York (EUA). O projeto foi concebido pela B3 através do economista Pablo Spyer e o artista plástico Rafael Brancatelli. Ela possui três metros de altura e é feito sobre uma estrutura de metal, com fibra de vidro e pintura anticorrosiva.
Caráter promocional
Nesta terça-feira (22), a maioria do colegiado – que é formado por representantes do poder público e membros da sociedade civil – entendeu que a escultura tem caráter promocional. Um dos pontos apontados foi que um dos idealizadores, o economista e sócio da XP Pablo Spyer, tem o apelido de ”Tourinho” e se associou a corretora para criar uma companhia de educação financeira chamada Touro Inc.
Foi ressaltado também a existência de uma placa na obra onde aparece o nome do empresário e um QR code que aponta para uma página de redes sociais da B3, de Spyer e do artista plástico Rafael Brancatelli.
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Protestos e vandalismo
Em menos de uma semana, a estátua do ”Touro de Ouro” foi alvo de diversos protestos. Na última quinta-feira (18), ele amanheceu pichado com os dizeres ”taxar os ricos”. Um dia depois foram colados cartazes na escultura com a palavra ”fome”. Um outro grupo, este do SP Invisível, ainda promoveu um churrasco para pessoa em situação de rua em frente à estátua.
Sobre os protestos, a B3 afirmou que o ”Touro de Ouro” representa a força e a resiliência do povo brasileiro.
”A B3 está trazendo esse novo símbolo para valorizar não apenas o centro de São Paulo, mas o desenvolvimento do mercado de capitais do Brasil, que passa pela própria história da Bolsa. O centro é o coração do mercado financeiro e, após a fusão que originou a B3, em 2017, a companhia optou não apenas em permanecer na região, como em contribuir para sua retomada.” Trecho de comunicado da B3.