Bolivianos resgatados de confecção relatam à polícia que empregadora presa reduzia comida em caso de queda na produtividade. Funcionários denunciaram jornadas de até 18 horas diárias, sete dias por semana, com pagamento médio de R$ 1 mil mensal por casal. A prisão ocorreu em Rio Preto (SP) na quarta-feira (5).

A Polícia investiga caso suspeito de trabalho análogo à escravidão em confecção de Rio Preto. Os funcionários bolivianos resgatados da confecção relataram à polícia que a empregadora, presa em São José do Rio Preto (SP) na quarta-feira (5) suspeita de mantê-los em condições análogas à de escravos, reduzia as refeições quando notava queda na produtividade.

De acordo com a TV TEM, seis adultos atuavam na confecção, sendo uma gestante, denunciaram jornadas de até 18 horas diárias, sete dias por semana, com pagamento médio de R$ 1 mil mensais por casal (ou seja, R$ 500 por pessoa) e alimentação controlada. Os funcionários relataram que a dona da confecção chegava a oferecer meio pão no café da manhã e justificava que as crianças podiam se alimentar nas escolas. Uma das mulheres, com gravidez de risco, disse ser impedida de fazer o pré-natal.

Os trabalhadores moravam no mesmo local onde costuravam e contaram ainda que sofriam restrições de saída, agressões verbais e descontos no salário por supostas dívidas impostas pela empregadora na compra de uma televisão e de um frigobar. Os próprios funcionários procuraram a Polícia Militar, que foi até o local e constatou o trabalho análogo ao escravo e cárcere privado. As famílias foram acolhidas pelo Centro de Referência da Assistência Social (Cras) e levadas para São Paulo.

A ocorrência foi registrada como redução à condição análoga à de escravo na Central de Flagrantes. Veja mais notícias da região em DE Rio Preto e Araçatuba.