Funcionários da limpeza urbana de Fernando de Noronha denunciaram condições de trabalho precárias e fizeram um protesto recentemente. Os trabalhadores reclamaram da falta de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), alojamentos em condições precárias, diferenças salariais e problemas na alimentação. A empresa responsável pelos serviços, Ambipar, afirmou que está realizando melhorias e seguindo a legislação trabalhista em vigor.
Os funcionários, em protesto na terça-feira (14), interromperam as atividades por duas horas. A equipe do DE esteve presente na usina de tratamento de lixo da ilha e constatou a ausência de trabalhadores durante o horário informado para a paralisação.
Os 75 profissionais que integram a equipe de limpeza urbana relataram os problemas ao DE, solicitando anonimato por medo de retaliações. Segundo um dos funcionários, as condições de trabalho são terríveis, mencionando a necessidade de vasculhar o lixo em busca de pratos e talheres para se alimentarem, além de descrever o alojamento como infestado de moscas e ratos.
Outra reclamação recorrente dos trabalhadores foi a disparidade salarial entre antigos e novos funcionários, chegando a uma diferença de até R$1 mil, além da ausência de equipamentos de segurança adequados, como a falta de luvas para desempenhar as tarefas diárias.
A Ambipar se pronunciou afirmando que está promovendo melhorias nas bases operacionais e alojamentos em colaboração com a Administração da Ilha, priorizando o bem-estar e a segurança dos trabalhadores. A empresa destacou que os salários estão de acordo com as funções desempenhadas e que mantém o compromisso com as leis trabalhistas e a qualidade de vida dos colaboradores.
Em relação à licitação, a Ambipar assumiu os serviços de limpeza urbana em Fernando de Noronha após vencer o processo licitatório, destacando-se um contrato de 60 meses com o valor total de R$64,7 milhões. A substituição da antiga empresa, Universo, que atuava na coleta de lixo por mais de 20 anos, gerou questionamentos por parte do Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco (TCE-PE) que está realizando uma auditoria especial para investigar o processo.
Apesar das alegações da Ambipar em relação às melhorias e adequações às normas legais, os funcionários aguardam uma resposta até o final do expediente de quinta-feira (16) quanto às suas demandas. A Administração de Fernando de Noronha afirmou que está monitorando a execução do contrato e tomará medidas, se necessário, para garantir o cumprimento do acordo com a empresa.




