Trabalhadores são resgatados em condições análogas à escravidão

Trabalhadores são resgatados em condições análogas à escravidão em Nova Glória

Uma operação da Superintendência Regional do Trabalho em Goiás (SRTE-GO) resgatou oito trabalhadores em condições análogas à escravidão em uma fazenda de extração de bambum em Nova Glória, na Região Central de Goiás. O responsável pelo local foi preso. 

 

De acordo com o SRTE, a operação ocorreu em maio deste ano. Os trabalhadores foram encontrados em condições subumanas em uma casa na cidade, sem receber salário e pagando pelos objetos que utilizavam para o trabalho. 

 

Por fotos divulgadas pela SRTE, é possível ver que o alojamento onde os funcionários ficavam não tinha camas, roupas de cama, armários e nem locais higienizados para fazer as refeições. Os homens dormiam em redes ou colchões no chão, além de não terem instalações sanitárias. 

 

Ao SRTE, os trabalhadores contaram que o patrão desconta despesas como passagens de ônibus, aluguel, água, energia, gás e compra de alimentos. Até mesmo os funcionários mais antigos nunca receberam salário, apenas vales de R$ 10 a R$ 50. 

 

A investigação constatou também que os trabalhadores mais velhos estavam na fazenda há pelo menos 10 meses. Os funcionários eram do Pará, Mato Grosso e de cidades goianas. Nenhum possuía registro profissional. 

Patrão

 

De acordo com Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), o chefe dos funcionários tinha um caderno onde anotava despesas que supostamente pertenciam a cada funcionário. Ele fazia os trabalhadores assinarem notas promissórias das ”dívidas” quando eles pediam demissão. 

 

O MTE constatou que, além do crime de trabalho análogo à escravidão, o patrão cometeu também crimes de aliciamento, retenção indevida de salários e tráfico de pessoas. O suspeito foi notificado para rescindir os contratos de trabalho dos oito empregados resgatados, fazendo os pagamentos de verbas rescisórias e os salários de todo o período de trabalho. Além disso, ele foi detido e encaminhado até a Delegacia de Polícia Federal de Anápolis, a 55 km de Goiânia. 

 

Como o patrão não reconheceu as dívidas e alegou não ter condições financeiras, os auditores compraram as passagens de ônibus e kits de alimentos para os trabalhadores, com verbas da União. Cinco deles foram para São Miguel do Guamá (PA), dois para Anápolis (GO) e um para Barra do Garças (MT).

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Ponte TO-MA: Agência irá avaliar qualidade da água de rio após queda de ponte

A Agência Nacional de Águas (ANA) anunciou nesta terça-feira, 24, que está avaliando a qualidade da água no Rio Tocantins, na área onde desabou a ponte Juscelino Kubitschek, entre os municípios de Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA). Essa medida se justifica devido à informação de que alguns dos caminhões que caíram no rio após a queda da ponte carregavam pesticidas e outros compostos químicos.

O foco das análises está no abastecimento de água a jusante (rio abaixo) a partir do local do acidente. A ANA, em conjunto com a Secretaria de Meio Ambiente do Maranhão, vai determinar os parâmetros básicos de qualidade da água e coletar amostras para as análises ambulatoriais. O objetivo é detectar os principais princípios ativos dos pesticidas potencialmente lançados na coluna d’água do rio Tocantins.

As notas fiscais dos caminhões envolvidos no desabamento apontam quantidades consideráveis de defensivos agrícolas e ácido sulfúrico na carga dos veículos acidentados. No entanto, ainda não há informações sobre o rompimento efetivo das embalagens, que, em função do acondicionamento da carga, podem ter permanecido intactas.

Devido à natureza tóxica das cargas, no domingo e segunda-feira, 23, não foi possível recorrer ao trabalho dos mergulhadores para as buscas submersas no rio. O Corpo de Bombeiros do Maranhão confirmou nesta terça-feira, 24, a morte de quatro pessoas (três mulheres e um homem) e o desaparecimento, até o momento, de 13 pessoas.

Sala de crise

Na quinta-feira, 26, está prevista a reunião da sala de crise para acompanhamento dos impactos sobre os usos múltiplos da água decorrentes do desabamento da ponte sobre o rio Tocantins. Além da própria ANA, outros órgãos participam da sala de crise, como o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama), o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e o Ministério da Saúde.

O Dnit está com técnicos no local avaliando a situação para descobrir as possíveis causas do acidente. Segundo o órgão, o desabamento foi resultado porque o vão central da ponte cedeu.

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