O traficante Juliano Biron, considerado o mais procurado do Rio Grande do Sul, foi capturado na Bolívia. Com 42 anos, Biron era líder de uma facção no Vale do Sinos e estava foragido desde outubro do ano passado, com quatro mandados de prisão em aberto. Sua detenção ocorreu em Santa Cruz de la Sierra, onde se apresentava como João Paulo Zucco, natural de São José, Santa Catarina. Ele acumula 33 anos de condenação em regime fechado.
Biron era o principal alvo do Denarc, sendo monitorado desde sua chegada ao país vizinho. A captura foi fruto da cooperação entre agentes do Denarc, Polícia Federal e Polícia Nacional da Bolívia. O delegado Alencar Carraro afirmou que as autoridades locais receberam informações essenciais sobre o paradeiro de Biron, culminando na sua prisão.
A operação Beatus, realizada em dezembro de 2022, confiscou 17 fazendas pertencentes à quadrilha de Biron no Rio Grande do Sul, que teria movimentado cerca de R$ 1 bilhão. Algumas fazendas tinham pistas de pouso para transporte aéreo de drogas, especialmente cocaína da Bolívia. Estes locais também eram utilizados para lavagem de dinheiro através da criação de gado.
Além disso, Biron foi condenado a mais de 20 anos de prisão pelo homicídio do fotógrafo José Gustavo Bertuol Gargioni. Preso desde 2016 e enviado a penitenciárias federais, ele obteve benefícios que o permitiram retornar ao RS e, posteriormente, cumprir pena em Cascavel, no Paraná. Sua prisão domiciliar foi concedida em 2022, após cirurgias que o dispensaram do uso de tornozeleira eletrônica. Desde sua condenação por tráfico e lavagem de dinheiro em outubro, seu paradeiro era desconhecido.