A história de violência e tráfico de drogas na Ladeira dos Tabajaras, em Copacabana, teve um capítulo sangrento no último dia 30, quando criminosos da região tentaram invadir uma área controlada pela milícia em Antares, na Zona Oeste do Rio. O desfecho desse episódio resultou na morte do policial civil João Pedro Marquini, marido da juíza Tula Corrêa, em um confronto na Serra da Grota Funda. De acordo com investigações da Polícia Civil, o líder por trás dessas ações é Ronaldinho Tabajara, que está preso em um presídio federal desde 2016, mas ainda comanda o tráfico da cadeia, coordenando diretamente as ações criminosas de sua facção.
Ronaldinho Tabajara, cuja história no crime começou nos anos 90, acumula quase 90 anos de condenações, com a maior pena de mais de 42 anos de prisão pelo caso Dona Vitória. Após liderar uma parte da favela Dona Marta, em Botafogo, ao lado de seu irmão, ele ascendeu na hierarquia do Comando Vermelho (CV), tornando-se um dos integrantes da cúpula da facção criminosa. Mesmo estando atrás das grades, Ronaldinho Tabajara é apontado como responsável por ordenar diversos crimes ligados ao tráfico de drogas em favelas da Zona Sul, mantendo o controle sobre as atividades ilícitas nessas comunidades.
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) recentemente manteve a decisão de manter Ronaldinho Tabajara em prisão federal até 2027, garantindo que medidas de segurança sejam tomadas para impedir qualquer contato externo que possa resultar em ações criminosas. A defesa do traficante ressalta que ele está em regime de isolamento total, sem contato físico com visitantes e que suas conversas são monitoradas em tempo real. A Secretaria Nacional de Políticas Penais afirma que implementa protocolos de segurança para impedir a comunicação dos presos com o mundo exterior.
Após o assassinato do policial João Pedro Marquini, agentes da Polícia Civil realizaram uma operação na Ladeira dos Tabajaras, resultando na morte de cinco suspeitos, incluindo o traficante conhecido como Cheio de Ódio, apontado como chefe do tráfico na região. Esse indivíduo, com extensa ficha criminal, teria sido um dos responsáveis pelo ataque ao policial na Serra da Grota Funda, área que está sob disputa entre milicianos e traficantes do Comando Vermelho. A magistrada Tula Corrêa, esposa de João Pedro Marquini, conseguiu escapar ilesa do ataque.
A violência e a guerra pelo controle do tráfico em áreas como a Ladeira dos Tabajaras e Antares são reflexos da atuação de chefes como Ronaldinho Tabajara, que mesmo preso, ainda mantêm influência e liderança sobre suas facções. A ação da polícia para combater essa criminalidade é constante, porém a organização e a força desses grupos criminosos representam um desafio constante para as autoridades de segurança pública no Rio de Janeiro. A história de Dona Vitória, que denunciou o tráfico nas Tabajaras há duas décadas, ainda ecoa em uma realidade marcada pela violência e impunidade.
