Tragédia ambiental: piscicultores de Ubarana contabilizam R$ 1 mi em prejuízos

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Piscicultores estimam prejuízo de R$ 1 milhão após encontrarem cerca de 30 toneladas de peixes mortos

A situação desastrosa para os piscicultores da cidade de Ubarana (SP) começou na última terça-feira (18), quando a água do Rio Tietê alterou sua coloração, tornando-se um indício do problema que estava por vir. A cidade foi tomada por pesar quando, no final da semana passada, cerca de 30 toneladas de peixes foram encontradas mortas em um dos rios locais, especificamente no Ribeirão Fartura, um afluente do Tietê. A Cetesb confirmou o ocorrido e agiu rapidamente, enviando técnicos para analisar amostras da água, a fim de compreender a extensão do dano.

Os impactos financeiros da tragédia ambiental foram significativos para a comunidade de piscicultores de Ubarana. A estimativa dos prejuízos causados ao setor de produção de tilápia chega a impressionantes R$ 1 milhão. Dois criadores locais, um com 28 tanques contendo aproximadamente 25 toneladas de peixes e outro com 11 tanques que totalizavam oito toneladas de tilápias, tiveram que descartar toda a sua produção. O sentimento de desamparo e incerteza paira sobre esses trabalhadores, que agora temem tanto pela segurança de seus empregos quanto pela viabilidade de seus negócios, especialmente durante a quaresma, época na qual ocorre um aumento significativo na demanda por pescados.

Agora, os piscicultores lamentam não apenas as perdas financeiras avassaladoras que enfrentam, mas também a perspectiva sombria de desemprego iminente. A Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) foi acionada e se comprometeu a investigar a causa da mortandade dos peixes em Ubarana. Embora não tenha sido formalmente notificada sobre o ocorrido, a empresa garantiu que sua equipe de especialistas coletará amostras da água para estudo, visando identificar os possíveis responsáveis por esse desastre ambiental.

Desde o início do ano, a população local tem observado uma mudança preocupante na coloração da água dos rios da região, como o Tietê e o Rio Grande. O fenômeno tem sido caracterizado por uma tonalidade verde densa e um odor desagradável, gerando insatisfação principalmente entre os pescadores locais. A preocuapação ambiental é enorme com
a reprodução excessiva de algas, que pode resultar no esverdeamento da água dos rios.

De acordo com especialistas, a presença exacerbada de plantas aquáticas é motivada pelo aumento de nutrientes provenientes do esgoto doméstico, industrial, vinhaça e fertilizantes usados nas lavouras. Esses fatores criam condições inadequadas para a sobrevivência dos peixes, afetando a fauna aquática e prejudicando a navegação. A situação é crítica e exige medidas urgentes para reverter o triste cenário ao qual os rios de Ubarana têm sido submetidos, afetando não só o ecossistema, mas também a economia local.

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