Balão acabou decolando com pessoas que não conseguiram pular’: VÍDEO mostra
depoimento de piloto em SC
Oito pessoas morreram no acidente; quatro delas carbonizadas e outras quatro na
queda. ‘Em torno de dois minutos de voo, eu senti um cheiro de queimado dentro
do cesto’, declarou piloto à polícia
Balão que pegou fogo decolou de novo após maioria pular do veículo
O piloto Elves de Bem Crescêncio, licenciado pela Agência Nacional de Aviação
Civil (Anac) para pilotar balões livres, disse à polícia que o fogo no balão que
caiu no último sábado (21) em Praia Grande (SC), começou pouco
depois da decolagem.
VEJA O VÍDEO ACIMA.
Oito pessoas morreram no acidente; quatro delas carbonizadas e outras quatro na
queda.
> “Em torno de dois minutos de voo, eu senti um cheiro de queimado dentro do
> cesto”, declarou à polícia. Além disso, ele contou que após os passageiros
> saltarem do balão em chamas, o veículo “acabou decolando com as pessoas que
> não conseguiram pular do cesto”.
Elves falou às autoridades que possui licença para operar balões há cerca de
três anos e meio. “Tenho algo em torno de 700 horas de voo, é muito. A gente voa
muito aqui na cidade”, disse.
Segundo o piloto, o balão tinha capacidade de levantar quase duas toneladas.
Além disso, o tempo estava firme, apesar das baixas temperaturas – no momento da
decolagem, estava 13°C -, e que ele entendeu que era possível fazer o passeio.
“Todo mundo decolou hoje, acredito que por volta de 40 balões”, afirmou.
Ainda segundo Elves, o fogo começou em um cilindro de gás que estava no cesto.
“Quando eu olho para baixo, a capa do tanque de gás tinha um início de incêndio.
Comecei tentando apagar com o pé, não consegui”, disse.
Contou também que tentou, sem sucesso, usar um extintor para apagar o princípio
de incêndio. “Peguei o extintor que tem no balão, tirei o lacre. Na hora que
apertei, não saiu nada de pó”, relembra. Elves revelou também que, ao tentar
apagar o fogo, acabou se queimando.
Em seguida, percebendo que não conseguiria minar as chamas, o piloto resolveu
fazer um pouso de emergência e avisou que, quando o cesto tocasse o chão, as
pessoas deveriam pular do balão.
> “Na hora que ele pousou no chão, falei para o pessoal pular. Eu já não tinha
> mais comando, pulei também, toda uma galera pulou. O balão acabou decolando
> com essas pessoas que não conseguiram pular do cesto”, disse.
O piloto contou à polícia que, depois do acidente, ficou no local por cerca de
duas horas. “Eu que liguei para o 190, pedi ambulância, pedi IML, porque já
tinha visto a a mulher que tinha falecido. Isso lá no local. Fiquei lá até umas
duas horas após o acidente”, pontuou.
Dos 13 sobreviventes, cinco foram levados ao hospital e já receberam alta. Mais
de 130 agentes de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul participaram do resgate.
Os voos de balão estão temporariamente suspensos na cidade.
O QUE DIZ A EMPRESA RESPONSÁVEL PELO BALÃO
A empresa responsável pelo balão, Sobrevoar, afirmou em nota que segue todas as
normas da Anac, lamentou o acidente e informou que está prestando apoio às
famílias das vítimas.
Segundo a agência, o balonismo é uma atividade aerodesportiva considerada de
alto risco. O equipamento envolvido no acidente tinha capacidade para levantar
até 1.950 quilos.
As investigações continuam em andamento. O delegado-geral da Polícia Civil de
Santa Catarina afirmou que a fiscalização do setor é responsabilidade da Anac,
que autoriza a operação, o registro dos balões e a habilitação dos pilotos.
Além disso, autoridades locais discutem a criação de um protocolo específico de
segurança para a prática do balonismo no estado.