Tragédia no Cefet: o que realmente aconteceu e as cobranças por respostas

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Mortes no Cefet: o que realmente aconteceu

A tragédia que resultou na morte da professora Allane de Souza Pedrotti Matos e da psicóloga Layse Costa Pinheiro dentro do campus do Cefet, no Maracanã, chocou o Brasil. O autor dos disparos foi identificado como João Antônio Miranda Tello Ramos Gonçalves, servidor do Cefet/RJ, com histórico de conflitos com mulheres. Familiares, funcionários e parlamentares cobram respostas sobre o retorno do atirador ao trabalho e a entrada dele armado na instituição.

Na manhã da última sexta-feira, João Antônio chegou ao Cefet e cumprimentou todos normalmente. No entanto, à tarde, foi à Diretoria de Ensino do campus do Maracanã e atirou nas duas vítimas, Allane e Layse, que não resistiram aos ferimentos e faleceram no Hospital Municipal Souza Aguiar. João utilizou uma pistola Glock calibre 380 registrada em seu nome e carregava dezenas de munições, demonstrando um planejamento prévio para o ataque.

O caso está sendo tratado pela polícia como feminicídio motivado por misoginia, devido a relatos que indicam que o autor não aceitava ser chefiado por mulheres. João havia sido afastado do trabalho por 120 dias e retornou após um processo administrativo que não confirmou a acusação que fez contra uma colega. Familiares e colegas das vítimas relataram que estas temiam o agressor e mencionavam um comportamento agressivo dele com mulheres.

As questões que ainda precisam ser esclarecidas envolvem a autorização do retorno de João Antônio ao trabalho, a existência de registros formais de alerta sobre ele, a concessão do registro de CAC, a data da compra e registro da pistola, a motivação do crime, a falta de controle de acesso armado no campus, o acompanhamento do servidor após o afastamento administrativo, a responsabilidade administrativa no caso, a agressividade prévia de João contra mulheres e os conflitos entre ele e as vítimas.

A instituição de ensino suspendeu as aulas e decretou cinco dias de luto oficial em homenagem às vítimas. O MEC e o Ministério da Gestão montaram uma força-tarefa para oferecer apoio psicológico aos servidores e estudantes afetados pela tragédia. A irmã de uma das vítimas afirmou não acreditar na versão da instituição sobre como lidou com o assassino antes do crime, sinalizando a necessidade de investigação e transparência por parte das autoridades responsáveis.

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