Bebê recebe transplante de membrana amniótica para tratar queimaduras no RS; saiba como funciona o procedimento
Procedimento foi realizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no Hospital de Pronto Socorro de Porto Alegre. A técnica acelera a cicatrização e reduz a dor em pacientes queimados.
Transplante inédito no RS
Pela primeira vez no Rio Grande do Sul, um bebê recebeu um transplante de membrana amniótica para tratar queimaduras. O procedimento, agora disponível pelo SUS, foi realizado no Hospital de Pronto Socorro (HPS) de Porto Alegre.
Bento, de um ano e cinco meses, sofreu queimaduras em 8% do corpo após puxar uma frigideira com óleo quente em casa. A mãe, Taís Dias da Costa, relatou que o acidente aconteceu em poucos segundos.
A membrana amniótica é um tecido que reveste a placenta e protege o bebê durante a gestação. Possui propriedades anti-inflamatórias, antimicrobianas e cicatrizantes, funcionando como uma barreira contra bactérias e agentes infecciosos. Quando aplicada sobre a área queimada, acelera a cicatrização e reduz a dor.
Para a família, o transplante representa esperança. “Muito feliz e grata pela oportunidade dele ter recebido esse novo tratatamento”, afirmou a mãe.
De acordo com os médicos, o transplante deve ser feito até 48 horas após o acidente para reduzir riscos de infecção. A membrana amniótica, que reveste a placenta, é aplicada diretamente sobre a área afetada e funciona como um curativo biológico temporário.
O transplante já era utilizado no Brasil em casos específicos, mas foi incorporado ao SUS neste ano. A decisão foi tomada pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec), após estudos que comprovaram a eficácia da técnica na redução da dor e aceleração da cicatrização. A aprovação permite que hospitais públicos em todo o país utilizem a membrana amniótica em pacientes queimados sem custo adicional.
No estado, a Santa Casa e o Hospital Cristo Redentor já realizaram o procedimento em adultos. O curativo permanece por até 14 dias, reduz trocas e representa um avanço importante no cuidado com pacientes queimados. Desde outubro, cerca de 15 membranas foram coletadas pela Santa Casa, responsável pela captação, e sete pacientes receberam o tratamento. De acordo com o diretor do Banco de Pele da Santa Casa, Eduardo Chem, a membrana é limpa, armazenada e doada sempre via SUS. A membrana é retirada durante o parto, com autorização da gestante, e enviada para bancos de tecidos, onde é processada e armazenada.




