Tratamentos de saúde complementares e não convencionais avançam em Goiás

Tratamentos de saúde complementares e não convencionais avançam em Goiás

Quando um paciente se desespera por um diagnóstico ou os remédios já não fazem mais efeito para a saúde, tratamentos diferenciados ganham espaço na agenda. Homeopatia, fitoterapia, reiki, acupuntura, constelação familiar e outros se tornaram aliados de milhares de pessoas. Em Goiás, parte delas encontra ajuda gratuita no antigo Hospital de Medicina Alternativa.

Uma rinite insistente fez a técnica em enfermagem Alcione Neri procurar opções diferentes do protocolo da medicina tradicional oferecido ao filho, Yuri da Silva. O garoto tinha 10 anos de idade quando começou a ir a consultas com um homeopata no Cremic, em 2015. Não houve cura, mas o tratamento trouxe uma melhora significativa, que tornou os episódios de crise menos frequentes.

“O médico prescreveu um remédio para ser usado uma vez por semana. Serve para a alergia e para aumentar a imunidade. Sai muito mais barato do que eu gastava com medicamentos comprados na farmácia até porque ele tinha infecção todo mês. Desde então, ele nem tem crises em alguns anos. Foi tão bom que indiquei para vários familiares”, diz.

Algumas práticas enfrentam muito preconceito seja por serem desconhecidas por boa parte do grande público ou por não terem evidências científicas sobre o processo, apenas sobre resultados. Atualmente, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece cerca de 29 terapias integrativas e complementares, sendo 17 disponíveis na única unidade de saúde em Goiás com o serviço. O enfermeiro e terapeuta reikiano Augusto Nery critica a fama de misticismo em geral, mas mais especificamente do relacionado ao reiki.

“Nos baseamos no holismo. O Reiki está assentado na concepção de energia de Einstein. A contração muscular libera descargas elétricas. Se você modifica o campo energético com alguma técnica, isso mexe com as sensações, que são ligadas ao cérebro”, explica.

De acordo com ele, a própria Organização Mundial da Saúde (OMS) define há quase 80 anos a saúde  como um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas como a ausência de doença ou enfermidade. A especialidade de Augusto consiste na imposição de mãos para transferência de energia que promoverá equilíbrio energético, desencadeando o bem-estar físico e mental.

Pesquisadores da Fiocruz realizaram um estudo durante a pandemia de Covid-19 e constataram que o reiki é uma prática que pode reduzir sintomas emocionais como medo da morte, pânico e ansiedade com a melhoria da saúde mental. A pesquisa qualitativa destaca também que a escuta terapêutica é fundamental para gerar empatia, vínculo e redução do sofrimento psíquico.

“As práticas complementam os tratamentos e podem ser uma alternativa em alguns casos com todo o respaldo da medicina convencional. Um paciente com câncer tem muita náusea durante a quimioterapia, mas ele não se sente bem tomando remédios contra esse sintoma. O uso do gengibre é comprovadamente eficaz para isso e passa a ser complementar a quimioterapia e ser um alternativa para as náuseas”, detalha.

Como agendar

O acesso à unidade ocorre por meio da regulação de saúde municipal que encaminha os pacientes para o Cremic. Em alguns casos não é necessário o agendamento com um clínico geral para o pedido de consulta na unidade, bastando solicitar o agendamento com a assistente social do centro de saúde municipal. O local recebe milhares de pessoas em busca de alívio mental e corporal. Somente em julho, que costuma ter queda no número de pacientes, foram 5,3 mil atendimentos.

Conheça as práticas integrativas complementares oferecidas gratuitamente:

  • medicina tradicional chinesa (acupuntura, auriculoterapia, ventosaterapia, moxabustão, práticas corporais chinesas),
  • homeopatia, plantas medicinais e fitoterapia,
  • meditação
  • osteopatia
  • reiki
  • terapia comunitária integrativa
  • aromaterapia
  • cromoterapia e bioenergética
  • constelação familiar
  • terapia de florais.

 

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Quatro estudantes da PUC-SP são desligados após se envolverem em atos racistas durante jogo

Quatro estudantes de Direito da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) foram desligados de seus estágios em escritórios de advocacia após um vídeo viralizar nas redes sociais, mostrando atos de racismo e aporofobia cometidos durante uma partida de handebol nos Jogos Jurídicos Estaduais. O incidente ocorreu no último sábado, 17, em Americana, interior de São Paulo. Nos registros, os alunos ofenderam colegas da Universidade de São Paulo (USP), chamando-os de “cotistas” e “pobres”.

As demissões foram confirmadas por meio de notas oficiais enviadas às redações. O escritório Machado Meyer Advogados, por exemplo, anunciou a demissão de Marina Lessi de Moraes, afirmando que a decisão estava alinhada aos seus valores institucionais, com o compromisso de manter um ambiente inclusivo e respeitoso. O escritório Tortoro, Madureira e Ragazzi também confirmou a dispensa de Matheus Antiquera Leitzke, reiterando que não tolera práticas discriminatórias em suas instalações. O Castro Barros Advogados fez o mesmo, informando que Arthur Martins Henry foi desligado por atitudes incompatíveis com o ambiente da firma. O escritório Pinheiro Neto Advogados também comunicou que Tatiane Joseph Khoury não faz mais parte de sua equipe, destacando o repúdio ao racismo e qualquer forma de preconceito.

Repercussão do caso

O episódio gerou forte indignação nas redes sociais e foi amplamente criticado. O Centro Acadêmico XI de Agosto, que representa os alunos da Faculdade de Direito da USP, se manifestou, expressando “espanto, indignação e revolta” com as ofensas racistas e aporofóbicas proferidas pelos alunos da PUC-SP. A instituição ressaltou que o incidente representou uma violência contra toda a comunidade acadêmica.

Em resposta, a reitoria da PUC-SP determinou a apuração rigorosa dos fatos pela Faculdade de Direito. Em comunicado, a universidade afirmou que os responsáveis serão devidamente responsabilizados e conscientizados sobre as consequências de suas atitudes. A PUC-SP reiterou que manifestações discriminatórias são inaceitáveis e violam os princípios estabelecidos em seu Estatuto e Regimento.

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