TRE-SP forma maioria para cassar mandato de Carla Zambelli: julgamento suspenso até 2025

O Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) formou maioria para cassar o mandato da deputada federal Carla Zambelli (PL). No julgamento realizado nesta sexta-feira (13), o desembargador José Antonio Encinas Manfré, relator do caso, leu seu voto durante a análise de uma ação movida pela deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL) e defendeu a cassação do diploma de Zambelli, além de sugerir torná-la inelegível por oito anos devido ao suposto abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação.

O presidente do TRE-SP, desembargador Silmar Fernandes, juntamente com os juízes Cotrim Guimarães e Claudio Langroiva, acompanharam o relator e concordaram que a parlamentar do PL compartilhou informações falsas sobre o processo eleitoral de 2022. Já a juíza Maria Cláudia Bedotti pediu vistas, o que resultou na suspensão do julgamento, que será retomado somente em 2025, após o recesso do Judiciário. Ainda faltam os votos dos juízes Régis de Castilho e Rogério Cury.

De acordo com o relator, as ações de Zambelli tiveram impacto e gravidade capazes de influenciar na decisão dos eleitores e prejudicar a igualdade na disputa eleitoral. Logo, ele defende a cassação do mandato da deputada federal e sua inelegibilidade, em virtude do suposto abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação. O relator ainda destacou que a deputada não apenas compartilhou notícias, mas agiu com má-fé e abuso da liberdade de expressão ao divulgar desinformação eleitoral em suas redes sociais.

Em nota, Zambelli afirmou que, por enquanto, a maioria se posicionou a favor de sua cassação, mas ressaltou que isso ainda pode ser revertido com o pedido de vista. Ela ainda destacou a coincidência do julgamento acontecer em uma sexta-feira 13, fazendo uma analogia histórica com perseguições passadas. A deputada encerrou sua declaração alertando que, caso seu mandato seja cassado, um membro do PSOL assumirá sua vaga na Câmara dos Deputados.

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Câmara de São Paulo aprova orçamento recorde de R$ 125 bilhões para 2025

Câmara de SP aprova orçamento de R$ 125 bilhões para a capital em 2025, maior valor da história

O valor representa aumento de 12% em relação ao orçamento do ano anterior.

Sessão na Câmara Municipal de São Paulo — Foto: Richard Lourenço

Antes do recesso parlamentar, os vereadores de São Paulo aprovaram nesta sexta-feira (20), em segunda votação, o orçamento para o município em 2025. O valor da receita prevista para o próximo ano será de R$ 125,8 bilhões – cerca de 12% a mais do que o aprovado para este ano, que foi de R$ 111,8 bilhões. O texto agora segue para a sanção do prefeito Ricardo Nunes (MDB).

Com isso, os parlamentares saem em recesso. Os reeleitos voltam para a posse em 1 de janeiro e retornam ao recesso. A primeira sessão do ano que vem será na primeira terça-feira de fevereiro.

Na primeira votação do orçamento, em 3 de dezembro, a Câmara Municipal aprovou, no entanto, um valor menor: estimado em R$ 122,7 bilhões.

De acordo com a apuração da TV Globo e do DE, o orçamento para 2025 será dividido, principalmente, entre as seguintes áreas:

Secretaria Municipal de Educação (SME): R$ 22 bilhões (aumento de R$ 1 bilhão em relação a 2024)
Secretaria Municipal de Saúde (SMS), cujos recursos estão alocados no Fundo Municipal de Saúde: R$ 21 bilhões (aumento de R$ 3,7 bilhões em relação a 2024)
Secretaria Municipal de Mobilidade e Trânsito (SMT): R$ 11 bilhões (aumento de R$ 752 milhões em relação a 2024)
Secretaria Municipal de Habitação (SMH): R$ 4 bilhões (aumento de R$ 379 milhões em relação a 2024)
Secretaria Municipal de Segurança Urbana (SMSU): R$ 1 bilhão (aumento de R$ 253 milhões em relação a 2024)
Secretaria Municipal de Esportes e Lazer (SEME): R$ 503 milhões (aumento de R$ 137 milhões em relação a 2024)

O vereador Sidney Cruz (MDB), relator do projeto, disse na quarta-feira (18), durante a discussão que antecedeu a primeira tentativa de votar o texto, que as audiências públicas auxiliaram na construção do texto final aprovado na segunda votação.

“Durante as audiências públicas, tivemos uma participação popular muito importante em vários temas, como a função social, assistência e desenvolvimento social. Os trabalhadores da assistência social fizeram encaminhamentos e conseguimos absorver alguns encaminhamentos”, ressaltou o vereador.

ANTES DO RECESSO

Na última semana antes do recesso parlamentar, a maioria dos vereadores votou a favor de projetos que modificam desde as regras de remuneração de professores afastados por problemas de saúde até eletrificação da frota de ônibus em São Paulo. Também foi aprovado o PL que prevê a privatização de equipamentos públicos na cidade.

Já o projeto de lei que previa a transformação de uma área de preservação ambiental em São Mateus, na Zona Leste de São Paulo, em aterro sanitário e a instalação de um incinerador não atingiu a votação necessária e teve a decisão adiada na Câmara Municipal por apenas um voto. Nesta sexta, estava prevista uma nova votação.

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